terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Fim

Fim de Ano. Feliz Ano Novo? Não sei bem a parte do feliz, mas que será um ano novo será, e gostaria que não tão novo. Existem coisas no 08 que eu gostaria que permanecessem no 09.

Neste fim de ano sempre pesamos o que fizemos, deixamos de fazer, o que aconteceu conosco neste total de doze meses, que agora fazem parte do que nos chamamos de nossa história. Eu posso resumir meu último ano como o ano que amei, fui amado, magoei e fui magoado. Fiz inúmeros amigos, amigos para sempre e amigos de bar. Recuperei amizades e criei melhores amigos. Com certeza perdi amizades valiosas, que não sie se podem ser recuperadas.

Coloquei um pingo de verdade em lugares plâtonicos. Pensei ter estragado, mas foi apenas um pingo de verdade, o que nunca cai mal e nenhum amor.

Andei em outras cidades, conheci outras pessoas, vivi outros ares, mesmo tendo meu coração na terrinha. Quando prestes a voltar ao sacro recanto do meu lar, senti perder algo. Algo que a ira, o estresse, a raiva e o orgulho me fizeram cego e não percebi o que perdia. Não me refiro a arrependimento, mas sim ao fim sem amor. As coisas não necessitam terminar sem amor, o amor pode ate morrer pela falta de compreensão de ambas as partes, entretanto a morte por descaso, a morte devido ao ódio ser maior que o amor deveria ser crime.

Porque nosso egoismo e egocentrismo fazem com que nos sempre ache que os outros estão errados e nos certos, quando na verdade tudo o que se pede é humanidade? Eu não sei. Deste erro eu já bebi e já servi aos outros.

Em um ano muita coisa muda. Saúde, amores, amigos, roupas, cabelos. Algumas destas mudanças são marcas, como tatuagem. No meu caso tenho as duas tatuagens e marcas eternas por dentro, que ficam entre a pele e o músculo, pulando, tentando sair, mas nunca acham o caminho. Existem marcas que não tem um caminho para sair. Você tem de deixá-las onde estão e ir atrás da cura para estas, elas não vai sair do seu corpo, mas podem adormecer.

Neste fim de ano voltei a descobrir o que é sofrer por alguém, já se iam anos sem esta dor de quem ama. É a dor que nos merecemos por escolhas feitas, por palavras ditas, por coisas que escutamos.

Que no ano que vem as coisas não sejam mais fáceis, porque não é isso que procuramos, espero que sejam mais como a vida quer, que aprendamos a viver mais de acordo com as armas que nós temos, com os artifícios cedidos pelo destino, com a ajuda do acaso. Que todos nós não percamos mais tempo brigando com o destino, começando por encarar a realidade, aceitando que os seres humanos são diferentes e que a convivência é a mais dificíl das artes a serem aprendidas. Olhar para si e ver que por mais que estejas certo, isto não lhe da direito de brigar, humilhar e magoar.

Que se você tem saudades é porque existe algo de bom no passado. Não deixe no ano que chega, seu orgulho lhe cegar e você deixar o que pode ser o grande amor ir embora sem nem um "até logo". Não existe fim sem conversa. Não existe nada novo se o velho ainda persiste.

No ano quem vem, lute mais, viva mais, beba, fume, dê risadas, se apaixone, fale besteiras, seja burro, veja filmes, faça amor, brigue, discutada, se beije no final, tome sorvete, se suje, rolena grama, sente na praça, olhe pro Sol em outros horários que não seja o pôr, chore à Lua, vá ao cinema, coma besteiras, se alimente melhor, jogue roupas foras, use sua melhor roupa na quarta feira, estude mais, trabalhe mais, escute mais, entenda mais, não crie ódio, não fiquei com raiva, pense nos outros, esqueça você por um minuto, dê este minuto de atenção para as pessoas que você ama, diga um "eu te amo". Tenha medo, a vida é só uma, mas não fique preso nisto, afinal, nos só temos esta. Quem olha pro futuro esqueçe o hoje, quem só pensa no hoje esqueçe os planos do amanhã, seja tudo e nada. De todos e de ninguém, mas seja seu sempre. Tome banho de piscina, experimete coisas novas, coisas velhas, de todas as idades. Olhe pro céu, para as nuvens, o invisível coelho na Lua, olhe para dentro de si e perceba que ano que vem tudo se repetirá de um modo ou de outro, mas assim é a vida, viva tudo o que viveu em 2008 com amor e paixão, pois se as experiência poderão se repetir, mas é outro ano, mais um ano de vida, comemore com paixão.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Outras Esquinas

Em São Paulo. A grande metrópole, o coração comercial do Brasil, a cidade onde tem tudo o que você quer, onde você está abastecido das últimas notícias de arte, moda, cultura, gastronomia. Mas falta o calor. E como paraense de Belém, não é o calor metereológico que falta e sim o calor humano.

Andei na avenida paulista em todos os horários possíveis, desde dez horas da manhã até quatro da madrugada, e não querendo parecer romântico nem poético demais, às quatro da manhã quando eu estava completamente sozinho eu me senti do mesmo modo quando desviava das pessoas ao meio dia.

A cidade dos solitários, onde o que Renato Russo disse é verdade, o grande "mal do século é a solidão". Percebo o quanto maior a cidade, maior sua população, maior sua tendência a ser solitário, a vagar por esquinas em busca de algo que ainda não chegou como no complexo de Fernando.

Entretanto, como Fernando, acredito que seja possível achar aqui o real valor, a verdadeira alegria de viver, a sua motivação. Mais difícil devido ao número de pessoas? Não sei. Se ele existe vai existir em qualquer lugar. Afinal ele é seu, pertence a sua individualidade ao seu sentimento.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Cliente

Estranho como nos acostumamos com certos eventos e pessoas na nossa vida, por mais que eles nem façam tanta parte de nosso cotidiano. O garçom do bar que sempre nos atende, o porteiro da madrugada que é sempre acordado por algum bêbado maluco (hummm?!), os bêbados malucos que sempre encontramos nos mesmos bares do garçom queridos, até a vendedora da loja que você sempre compra suas roupas.

Hoje por exemplo fui ao shopping, feliz, contente e saltitante, pronto para entra na loja que sempre compro, com a mesma bela vendedora que me atende há tempos. Ela me chama pelo apelido, sabe meu gosto, escolhe junto comigo minhas roupas e nunca me enrolou querendo me vender o mais caro só porque quer a comissão.

Passo a primeira vez em frente a loja, normalmente só entro quando a vejo, e desta vez não a vi. Disfarcei. Entrei em outra loja, dei um tempo e passei novamente olhando, não a vi. E agora?. Fiquei triste, preocupado, não teria mais a mesma graça comprar roupas ali. Juro que dei três voltas no shopping acreditando que ela poderia ter sido contratada por outra loja, mas nada. Ela tinha sumido. Pensei então que ela poderia estar de intervalo, dei mais um tempo, que seria o suficiente para ela voltar, e retornei a frente da loja....NADA! Ela não estava lá.

Andei em direção a saída, triste e juro por tudo que é mais sagrado que meus olhos ficaram marejados, não podia acreditar, onde ela teria ido. Demitida, transferida, o que meu Deus?! Fui a casa de um amigo e contei meu infortúnio e desventura, ele disse que era besteira que ela podia ter saído e voltaria depois, papo de amigo que quer consolar. Acreditei nele e dei mais uma chance. Voltei ao shopping, passei em frente a loja, mas desta vez iria entrar e conferir pessoalmente. Realidade. Ela não estava mais lá.

E agora? O que fazer? Entendi que teria de comprar e me acostumar com a nova vendedora, que não tinha metade do charme e do carisma da Ione, este é o nome dela. Não sei se a grafia é esta, contudo, isto pouco importa. Fui direto ao que queria, escolhi a camiseta, ela me ofereceu uma bermuda, como quem faz com obrigação, não era o mesmo, ela nunca seria minha vendedora. Escolhi uma bermuda aleatória, ela não sabia meu gosto, não podia me dar palpites com a Ione fazia. 

Eu não experimento roupas, fui logo ao pagamento, lá encontrei a gerente, que pode até não saber meu nome, porém com certeza me conhece como cliente fiel da Ione. Fui pagar e perguntei se a Ione tinha sido mandada embora ou algo assim, ela abriu um pequeno sorriso e disse que não, que ela apenas estava doente e estaria de volta amanhã. Minha vontade foi guardar tudo e voltar só amanhã, para comprar com ela, mas eu já estava ali, enfim. A nova moça me levou até a porta e disse que da outra vez era para eu voltar com ela, porém me desculpe, a minha vendedora é a Ione, linda sorridente, belos cabelos negros, voz maravilhosa e me atende como ninguém.

Não há de ser para sempre, mas eu não consigo imaginar fazer mais um dia de compras ali sem ela ao meu lado, para me auxiliar e bater papo. Sem perguntar sobre minha vida e eu saber que não é papo de vendedor. Tão fiel quando o garçom do bar que freqüento é a vendedora da única loja que faço questão de comprar.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Para Mim, Meu, Minha

Não há vida sem paz.

Não existe futuro sem passado.

Quero viver o hoje sem olhar para trás.

Vivo feliz e sorridente.

Canto alegremente "qüen qüen".

Preciso apenas daquilo o que não sei.

Passarinho, passarão.

Assim vão os sentimentos.

Fincam, ficam.

É o que espero.

Te quero hoje e amanhã.

Ontem já te conquistei.

Ontem já passou.

Amor, amei, amo.

Te quero, não largo, és minha.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Se Fosse Bom

Pequenos atos trazem grandes sentimentos.

Nem sempre o hoje importa tanto.

O hoje é bom para o fugaz.

Nos planos pense o amanhã.

O amor não é tudo. Mas é longe do nada.

A vida não é fácil. Porque complicar?

A realidade joga sonhos ao chão.

Irrealidades às vezes viram decepções.

Ame a todos.

Mas seja de uma de cada vez.

Seja feliz todos os dias.

Não brigue à toa. Não gaste amor para criar ódio.

Viva com tudo.

Mas nunca perca o medo, ele é essencial.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Naúfrago

A transfomação das almas.

A retribuição das dores.

O arrependimento tardio, a vontade de esqueçer.

O medo do inacreditável.

A desconfiança amorosa.

O pensar racional, a loucura do amor.

Acreditar no futuro.

Medir o tempo passado.

A estrada vai, as eras regressam.

O reumatismo do coração.

As rugas do amor cansado.

Sentimentos com olheiras, emoções na UTI.

Cheiro de sexo e fumo.

Suor e pele ardente.

Prazer, medo, delírio e orgasmos.

Corpos à luz do eclipse.

Gritos e sussurros no vácuo.

Futuro certo.

Bom e errado.

Qual destes é o certo?

Trinta e nove anos.

Metade não me importa.  

A outra metade já me cansou.

Infantilidade é foda.

Viver em água corrente.

Um rio de frivolidades.

Ainda navego nas mesmas águas.

Outro barco, outro remo.

Um naufrágo.

Resgate não vi.

Eu fiz natação.

O gosto de sal na boca.

A pele grudenta e queimada.

Braços, vários deles.

Nenhum parece torcer.

Boca fechada.

Ouvidos tapados.

Chegou a hora do troco.

Ponte alta.

Queda rápida.

O necessário não é aceitável.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Aee

Aquele que já viu o Amor se perder,

Já presenciou o Sol partir, a Estrela se apagar, 
até a Lua se desalmar.

O violão dasafinado, o crooner fora do tom.
O pneu careca, a gasolina adulterada.

O whisky falso, o tira gosto frio.
A poesia sem paixão, o amor sem emoção.

A amizade minúscula.
A praia com chuva.

Uma tarde sem pôr. 
Uma espera infinita.

Uma flor de plástico, 
uma carta sem palavras.

Cachorro sem latido, sonho sem açúcar.
Coelhinho sem ovo.

Papai Noel de cinza.
Carnaval sem confete e serpetina.

Biscoito mole. 
Leite com nata.

Presente sem laço,
Embrulho sem rasgar.

Mas no meio de tudo isto se você encontrar seu amor, agarre ele, jogue açúcar, pinte um sorriso, faça uma festa, se arrependa se for necessário, peça perdão, diga a verdade, veja o pôr do sol, o começo de um futuro dia, onde tudo isto pode ser alterado e o amor mais uma vez vai conseguir ser o maior dentre tantos problemas. O amor pode vencer.


terça-feira, 18 de novembro de 2008

Hyd´

D'ouros, belos e longos, 
assim são os cabelos daquela que amo.

Iluminados, reluzentes, 
clareiam todo  meu caminho.

Inconseqüente,
os atos daqueles que perdem a razão.

Arrependimento mostra o amor
e como ele existe de verdade.

Não haveria caminho mais doloroso.

Para ambos.

Te amo não cura dores. 
Beijos não cicatrizam.

Lindo, belo e aconchegantes,
é assim o sorriso daquela que amo.

Sem estes não tenho porque sorrir também.

Atos sem pensar fizeram este sorriso parar.

Perdão, desculpa, por ter tirado este sorriso.

Ter colocado em seu lugar lágrimas tristes,
inundando os olhos que sempre me deram paz e amor.

Assumir conseqüência destes atos é coragem.
Mas nunca será mais coragem que ter seu amor distante em alma.

Você foi corajosa e eu um rato, um covarde.

Desculpa, perdão, é tão fácil de dizer.
Mas minhas lágrimas não são de mentira, não são crocodilianas.

Não posso suportar o sentimento. Não te deixarei ir.
Estou disposto a perseguir.

Não queria ter de perder para sentir.
Mas eu não te perdi e não vou te deixar.

Todos os amores são infinitos e irreais.
Este mora na infinidade do meu amor por ti,
Na irrealidade do que sou capaz de fazer por ti.

Mostrei o lado ruim.

Souza capaz de mostrar o melhor.

Posso e quero reconstruir isto sozinho.

Te levo nas costas, te protejo de tudo.
Não precisas fazer nada, a não ser dar teu voto de confiança, pela última vez.

Posso mostrar que eu te amo e nunca vou te deixar.
Vou me casar ter filhos. 

E jurar não dormir em rede todas as noites.

Dou minha palavra de amigo e não só de um amor.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mês

Existem épocas que você está apenas querendo viver sua vida do melhor jeito, sem compromissos, sem relacionamentos sérios. E incrivelmente é exatamente neste período que você sempre acaba por se apaixonar. Foi como um amigo meu disse-me há muito tempo: "Achar uma namorada é igual a achar uma cédula de dinheiro na rua, quando você precisa e procura nunca acha, mas de repente, quando não quiser nada, vaia acabar por chutar uma sem querer".

Vocês às vezes acha que precisa de uma companheira, entretanto ela nunca aparece o que faz você realemte pensar se precisa de uma ou é apenas mais um capricho. Eu mesmo por exemplo procurei tempos uma namorada, queria porque queria namorar. Ficava com várias moças, porém nunca dava certo no final das contas. Sempre algo atrapalhava, em sua maioria eu não conseguia gostar das belas moças.

Até que no desfrute de minha vida de solteiro, já conformado com o fato de viver na esbórnia para "todo sempre", encontrei-a. Na verdade eu apenas queria fazer dela mais uma vitíma de minha vida sem compromissos. O que eu não sabia é que ela passava pelo mesmo período, onde era ela que fazia os outros de vitímas. Não deu em outra, negativo com negativo, sempre gera um positivo, matemática pura. Acabamos por nos apaixonar e estamos vivendo extremamente felizes hoje em dia.

Brigamos, discutimos e discordamos de muitas coisas, mas esta é a graça de um relacionamento saber lidar com as diferenças alheias para que no final apenas o amor predomine, se não houver este respeito e entendimento de ambos, nada nunca dará certo entre nós.

Para os demais, nunca desistam. Aqueles que pretendem um dia se apaixonar e dar esta chance ao amor, basta ter calma, se ficares a procurar nunca irá achar, porque na maioria das vezes que você começa a procurar você nuna está realmente pronto, então relaxa e viva sua vida, que tudo tem sua hora.

PS: Aqui aviso que pretendo diminuir pela metade a produção literária deste blog. Motivo: ocupado com outros projetos que infelizmente ocupam meu tempo de lazer e prazer aqui. Grato.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Obrigado

É muito bom poder escrever com freqüência de novo. Ter minha mente sempre pensando no próximo capítulo. Eu sei que aqui não consta nem metade das coisas o qual me ocupo no momento. Mas espero brevemente poder mostrar a todos o que faço no momento 
com uma grande companheira literária.

Nesta minha primeira aventura no mundo de uma verdadeira escrito, porque o que escrevo não é um romance, mas está longe de ser o que este blog mostra que em sua maioria são pensamentos, conclusões e as vezes umas crônicas e poemas. Porém desta vez existem personagens, que a princípio nem ligava para eles, mas agora não consigo nem renomeá-los. Eu já criei os laços que grandes autores devem criar com seus melhores personagens, entretanto não me entendam mal, não sou um grande escritor, apenas é meu primeiro filho.

Muito obrigado a todos que já entraram neste meu blog, deixando cometários ou não muito obrigado do mesmo jeito. Obrigado por prestigiar isto aqui que é  apenas o meu hobby, meu passa tempo que pretendo levar para toda vida.

Esta é a 80ª postagem. Entre coisas que considero boas e tantas outras que são grande besteiras que escrevi, mas são todas feitas com carinho para todos aqueles que queiram ler e principalmente para mim, por isto obrigado, por entrar, comentar e prestigiar. Em breve algo diferente será mostrado a todos vocês, um novo estilo, ao menos para mim, será apresentado.

Valeu por tudo caros amigos e nunca se esqueçam que a chuva das três aqui em belém pode até não vir as três em ponto, mas sempre vai chegar.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Dela

Na vida, existem fatos que ocorrem de formas tão inexplicáveis, que se tornam óbvias, como se fizessem parte de algum plano absurdo e perfeito do destino...

Uma esquina. Dois extremos

Uma espera sem fim, quase sem fim. Em um intervalo inesperado, na sua vida de passos e pressa, finalmente ele apareceu...

24 horas... que pareceram se alongar propositalmente, para lhes dar tempo: tarde, noite, a madrugada quase infinda e um amanhecer com um outro sol, outro calor

Cigarros, discos, versos. Onde ela resgatou na memória, coisas que ela julgava ter se esquecido. O que ela estava pra viver, ela julgara possível só nos seus escritos.

Então era isso que ela esperava! Ela sabia que ele a encontraria, ela só precisava estar à amostra, por alguma das suas ruas, calçadas ou esquinas ele a veria, e então tudo seria diferente...

Te amo. Preciso de ti e de toda a tua paciência, tranqüilidade e essas tuas manias que me lembram a mim mesma em outros tempos, um lado meu que é bem melhor que esse do caos e da pressa, o lado que me fez andar desesperadamente, na esperança que me visses passar pelas ruas, calçadas, livrarias e botequins. Agora estás aqui, finda a minha espera, não preciso mais ter pressa... não sou mais escrava do tempo, meu tempo agora é teu... e que o faças eterno, sempre que estiveres comigo.”

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Dele

As coisas nem sempre acontecem ao acaso. Mas confesso que todos nós torcemos para o acaso nos ajudar.

Uma esquina. Duas vidas.

Uma procura sem fim. Quase sem fim. No momento de descanço ele finalmente descobriu onde ela estava, agora era só correr atrás.

Um dia. Apenas em um dia tudo aconteceu, uma tarde, uma noite. Madrugada. Amanhecer.

Cigarros, livros, conversas. Onde toda sua inteligência não serviria de nada. O que ele estava para aprender ninguém ainda descrevera.

Lembrou porque a procurara. Ele sabia que ela estava aí fora. Passando pelas esquinas do mundo, nos fins de tarde que dão esperança de um dia novo.

"Te amo. Preciso de ti, de toda sua pressa, da sua inteligência e o seu jeito de criança que desperta o meu lado mais sentimental, o lado que me fez ser só amor e querer viver para ti. Tive saudades sem nunca ter-te. Agora que sei quem és não te deixarei, não importa tempo, lua, ano, vento, ficarei aqui, nesta esquina minha vida toda para ter você comigo."

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Botequim

Sempre soube que não fui feito para todos os ambientes. Até me considero bem sociável, mas me sinto completamente perdido em boates. Não consigo entender o propósito daquele lugar, todas as pessoas em pé, escutando músicas velhas, que não se escutaria em lugar algum, tentando uma aparecer mais importante que a outra, como dizemos, todas tentando causar. Um jogo de imagens falsas, onde são todas querem desfilar sua roupa mais cara com um único propósito: fazer com que todas as outras pessoas saibam que você tem uma roupa cara.

Impossível começar uma conversa de verdade em um lugar deste, todo mundo ali quer apenas se agarrar um com o outro sem compromisso, mas até sem compromisso uma boa conversa é impossível de acontecer. Uma boate consegue ter a maior reunião de acéfalos do mundo, não me entenam mal, tenho grandes amigos que adoram estes lugares, mas temos que admitir que ali dentro a maioria dos habitués são incapazes de conversar qualquer coisa a mais que carro e roupas.

Tudo ali me parecia errado. Cerveja cara, tomando seis cervejas você, em outro lugar, já teria tomado meio engradado de cervejas grandes. Todo mundo te olha estranho, acho que se esbarrares em um daqueles pitboys de boates e não pedir uma desculpa que ele escute é capaz de você iniciar uma terceira guerra mundial, sem nem saber porque, afinal o lugar esta lotado como um formigueiro.

Apenas confirmei o que já sabia, que troco tudo isto por um bar simples, com meus amigos sentados ao meu redor rindo a noite toda, onde sua roupa seu carro, nada disto importa, todos são iguais perante a mesa de um botequim.


terça-feira, 21 de outubro de 2008

21 de Outubro de 2008

Não estamos seguros em lugar algum. Tudo está em torno ou dentro de uma enorme tormenta de mudanças e contradições.

Fazer o que você gosta é tão complicado estes dias. Eu trabalho em um lugar que me da a segurança que preciso, mas ao me perguntar se realmente amo aquilo, diria que não. Entretanto a circunstância faz o criminoso.

Eu gostaria de trabalhar com cultura, qualquer coisa que envolvesse música na verdade. Mas a única música que tenho em meu dia a dia é a do meu computador e meus batuques nos momentos de ócio. Será que o comodismo de um emprego, que nem seguro é, vale a pena, mesmo cobrindo sonhos e vontades de viver fazendo aquilo que gostas?

Pois é, cortes de pessoal, ver amigos indo embora me mostraram isto. Consegui perceber que não podemos nos acomodar, apesar de empregados devemos correr, mesmo que em marcha lenta, atrás do que realmente gostamos.

Não estou disposto a ficar a minha vida inteira neste emprego, perder minha vida por algo que sem mais nem menos, decide, sem aviso prévio, me mandar para a rua, sem nenhuma explicação plausível. Apenas, corte de despesas.

Prefiro tentar viver minha vida e ter este emprego com uma renda, por pouco tempo, e paralelamente viver meus sonhos e tentar alcançar meus objetivos. Até que estes cheguem a primeiro plano e após isto eu me realize.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Alfaiate

Ai de mim porque
Ai de mim te ver viver
Atrás da pedra no armário
Nos anos do seu aniversário.

Tenho-te como a favorita
De todas a mais querida
Não é por desgosto
Por mais que seja duvidoso.

Pode até ser pena
Mas bem pequena.

Na verdade te amo assim
E te quero só pra mim.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Mestres Do Amor

"A melhor coisa do mundo era comer papo-de-anjo tendo ao lado a mulher amada". Mais uma vez vivo situações já previstas por Ele. Não, não seria Deus, mesmo porque seria de uma enorme redundância, porque ele, afinal de contas, é onisciente e onipresente. Quem me conhece sabe de quem falo.

Concordando com esta frase citada, podemos ponderar sobre algumas coisas. O papo de anjo pode ser substituído por qualquer outro gênero alimentício. Entretanto ao lado da mulher amada vale tudo. Nada melhor que dormir pesado, acreditando que está em casa e ao olhar para o lado, a mulher amada está ali, toda e completamente ao seu alcance.

E o melhor é saber como você chegou ali. O que já passastes para ter esta felicidade. Você descobre que sim, tudo valeu a pena. Nada melhor que sair de casa, dar uma volta por toda a cidade, sem próposito algum, e saber que onde você parar, estacionar, ela estará ali com você, como mesmo sorriso bobo, a cara de criança evergonhada escutando os mais sinceros elogios.

Começar a noite com um belo jantar, uma excelente conversa sem objetivo algum, para terminar com a mulher que escolhi, ao meu lado, acordando com aquela cara de uma boa noite, pois eu adoro meu amor ao acordar, sim, com aquela cara amassada, dando lhe beijos sem pensar neste hálito que só incomoda aqueles que não tem o amor no peito e paixão na alma.

Diferente de outro mestre, não estou, nem irei para Pasárgada, tão pouco sou amigo de algum Rei. Mas tenho o prazer de ter a mulher que quero na cama que escolhi.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Minh'alma

Quis ser Lua mais do que Sol. 
Quis mais Paixão que Razão. 
Subjetivo ao invés da Clareza. 
Honesto comigo mesmo.

Queria ser a Lua para olhar as juras de amor sob minha regência. Tantas juras, estas, que sempre dasatinam a lagrimar. Tantos amores eternos com o fim escancarado, inda iluminado por minha luz azulada da separação.

Escolhi Paixão para ter sempre aquele frio na barriga do amor adolescente. De dizer que não esperou  telefonema, mesmo que tivesse a horas olhando o telefone. Do olhar sorrateiro para seu amor, do 'eu te amo' calado no peito junto com o medo e a vergonha.

Subjetividade para enfeitar o amor, não deixar ele a mostra sem proteção, sem uma rede de signos. Subjetividade para que assim as pessoas possam o entender no seu jeito, entender que cada um é único.

Honesto comigo, aceitando meus defeitos e tentando não subestimar minhas qualidades, mesmo que tão poucas. Aceitando minha personalidade, minha tristeza de ser alegre, nunca mais escondendo meus erros passados tão pouco vangloriar-me de meus êxitos.

Quis ser Lua mais do que Sol. 
Quis mais Paixão que Razão. 
Subjetivo ao invés da Clareza. 
Honesto comigo mesmo.




segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Então...

Tem conversas que são estranhamente incompreendíveis por mais que ambos estejam falando a mesma coisa e ainda concordando!

Foi assim que me senti este final de semana. Ao ser jogado contra a parede, quase que literalmente, e interrogado sobre minhas pretensões e sentimentos quanto a minha companheira. Decidi então pular aquele pequena - antes fosse pequena - barreira do medo que circula os sentimentos. O medo neste caso é devido ao simples fato de você está se abrindo e abrindo seu peito, algo muito frágil e que facilmente pode ser destruído. Mas fechei os olhos e decidi dizer.

Então...

Não. Não começamos um relacionamento após as revelações, pois devido a certa quantidade etílica no sangue de minha respectiva, ela não se recordava da conversa meia hora depois e continuava a dizer que não sabia o que eu queria. E tudo que eu na verdade esperava era saber o que ela sentia, mas ela jurava de pés juntos que já tinha dito e é claro que o cheiro de álcool botava esta teoria abaixo. 

Comecei a dar-me por insatisfeito, pois intimista como sou nesta horas, já tinha dito o que sentia e começava a fase dos pensamentos idiotas. "Eu sabia que ela tinha feito tudo isso somente para eu abrir meu coração para depois ela pisar sobre meus nobres sentimentos." E brigávamos, em termos, sobre os nosso sentimentos, estes que eram recíprocos.

Então...

Quase que com certeza absoluta esta conversa só acabou, não devido ao entendimento de ambas as partes e sim, devendo graças ao efeito do álcool ter passado consideravelmente para que assim ela entendesse que eu gostava muito dela e estava disposto a ter um relacionamento.

E assim começam relacionamentos, da completa falta de senso e excessos, para uma felicidade instantânea, destas que esperam que se transformem em duradouras.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Abstenção de Letras

Hoje li uma crônica, chamada 'Abstenção de Cinema', publicada originalmente no jornal A Manhã, em 1943, por nada menos que meu mentor, mestre e maior ídoldo Vincius de Moraes. E nela me inspiro para aqui escrever este derradeiro texto de Setembro.

Eu deveria escrever mais, reparar mais na vida ao meu redor para assim ter inspiração para aqui escrever como desejo. É certo que o meu trabalho oficial, como telefonista em um renomado hotel, suga meu tempo por demais. E meu trabalho de paixão fica oprimido nas horas em que não estou no trabalho e tão pouco na faculdade.

A parte isso deveria sair menos com meu primos, que sempre me chamam para um balão na cidade, fazendo assim eu perder as poucas horas que tenho para me dedicar a este blog. Não tenho é coragem, na verdade, de recusar um chamado de amigos para uma boa conversa fiada e uma boa volta na cidade. Pior ainda quando me chamam para um bom chopp, que ainda acabo por também perder a aula.

Entretanto o pior disto tudo é que poderia ao menos usar estas voltas e este tempo ao redor da cidade para absorver alguma coisa em benefício de minha escrita, o que acontece na verdade é que até tenho idéias e pensamentos válidos, todavia sempre os esqueço na volta para casa. O que me gera enorme desconforto ao sentar na página de postagens deste blog.

Por isso aqui prometo para o sr. Luiz Moraes, que a partir de agora tenho de tirar coisas proveitosas, para minha vida literária, destas viagens e voltas ao redor da cidade, pois se elas me fazem tão bem e me completam, elas precisam entrar neste meu livro de experiências e pensamentos que manteno aqui a vários meses.


segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Salut La Vita

Vou vivendo como posso. A cada dia me preparo mais para a minha morte. Afinal a vida é isso, uma eterna preparação para o fim. Nossa predestinação.

O importante é viver todas as nossas experiências. Mas é importante não ceder aos exageros, pois afinal a vida só é uma. Tem de ser bem vivida e não buscar a morte mais rápida.

Odeio aniversários por isso. Felicidades e tudo mais, entretanto o que sinto é que estão celebrando um ano a menos da minha vida. Bebendo à sobrevivência.

Não vivo sob a regência de revoluções Solares, então eu preciso medir estrago e cuidado, até o limiar tênue que os separa. Aproveitar e sobreviver.

Amar e ser amado. Vivendo, errando e não aprendendo. Os anos passam, a experiência chega, os erros permanecem. Mas estes erros fazem parte da sua formação de caráter.

Todos somos iguais, a falta de caráter, fidelidade, lealdade, honestidade é que dirá quem somos. A parte isso, seres humanos frágeis.



sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Preciso

A primeira impressão é a que fica. Ou no mínimo é a que mais impressiona. Entretanto, as referências posteriores podem mudarcom esta   de tal forma a primeira impressão, a ponto de uma paixão em potencial ir por água'baixo.

Explicando de forma simples: você está, como se dizia, enamorado. Sente que está prestes a inicar um belo relacionamento com esta pessoa. Sabe de suas aventuras, seus atos falhos, malicosos, seu jogo de sortilégios para com antigos pretendentes, mas isto não o preocupa pois você acredita no Amor e acredita em vocês como um casal. Tudo isto muda quando, contente, decide relatar para um amigo suas intenções e este, friamente, acaba, em termos, com seus sonhos, afirmando que ela não é uma boa companhia que pode vir a te magoar.

Você já sabia disto, sabia que alguém que traí ou machuca, tende a fazer isto de novo. Ou não. É uma questão de confiança. Porém o fato de mais alguém saber disto, o fato de ser assunto público faz a sua preocupação aumentar, seu medo aflorar. E o que fazer? Pois é irmãozinho, acreditar mais uma vez no amor que pode ou não te machucar, ou, deixar escapar seu amor de verdade, ao menos seu suposto amor.

Jogo de possibilidades e fatos não concretos, escolhendo a peça a ser movimentada cinco rodadas adiante. O verdadeiro xadrez do amor, pois alguma peça movimentada de maneiro errônea pode causar dor demais para alguém. Na dúvida acredite no seu coração, se quebrar a cara, faz parte, você ao menos viveu. Afinal de contas, o poeta já dizia, "[...]viver não é preciso."

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Poeta Poetinha

"O poeta é mentiroso. Mente até o que sente". De fato, em alguns momentos, textos e palavras isto é uma grande verdade. O poeta em certos devaneios disserta sobre sentimentos do coletivo, do coração popular, das dores que todos nós choramos e ainda hão de ser choradas.

Mas o poeta também chora as dores que ele chorou, que ainda vai chorar, pois este, sabe dos amores. Lembro-me que li am algum lugar, que os excessos de minha precoce vida não me permite lembrar, que os poetas são perigosos, são os últimos pretendentes que os pais querem para suas filhas. São inteligentes, sabem falar, conquistam a tudo e a todos, não possuem dinheiro e são de vários amores. São perigosos.

Os poetas são vivazes, sofrem demais, amam demais. São sim de vários amores, mas não por cafajestice ou falta de caráter. São assim pois amam em demasia, precisam de amores, no plural mesmo, para sua inspiração. A musa que deita seu véu da criatividade sobres eles nunca é uma só, é preciso de várias. Sobre mentir tenho de discordar, apenas falam de sentimentos que talvez ainda não tenham passado por seu coração, mas ainda vão passar.

Poetas com vários pseudônimos, não são mentirosos ou loucos, são poetas visionários, com uma explosão de sentimentos em seu peito. Necessidade de expandir cada ponto e vírgula que ali habita. Entretanto, o sentimento pode ser confuso, mas tudo o que sente é real, e quando este mata seus outros, é porque suas idéias estão cada vez mais concisas e estas divergências não mais tendem a existir.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ai!

Ai de ti se fores quem és!
Ai de ti se fores me levar,
Para onde nunca botei os pés.
Ai de mim se for eu amar!

Ai de nós se virarmos
Amores, eternos como a vida.
Ai de meus olhos vidrados!
Se perdendo nos seus querida.

Finalmente estou a vê-la.
A mais formosa e bela estrela.
Ai de mim se puder ter-te!

Ai de mim se der certo!
Ai de nós fugir do incerto!
Para nunca, jamais esquecer-te.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Seqüência 1.1

Mesmo em sua busca incansável, existem horas que é necessário repousar ao menos a mente. Mais de cinco horas em busca de algo, no momento intangível, ele decidiu por fim sentar e relaxar, ler a sua revista, fumar seu cigarro, levar seus pensamentos para outro lugar que não aquela esquina e aquela bendita amada.

Perdido em devaneios, em sua maioria, ligados a revista que lia em concentração budista, mal reparava que o mundo lá fora não parou, as pessoas caminhavam, falavam, crianças choravam, carros buzinavm e poluíam. E dentro desde pandemônio, como que oposta pelo vértice da busca, pairava ao seu lado uma moça, em busca de algo dentro de sua mochila. Como o coelho da Alice, tinha muita pressa em achar aquilo que não sabia onde está. Ao que parecia, deveria ser um isqueiro, pois mantinha um cigarro em riste na sua boca. Mexia, remexia, fazia barulho, tirava coisas da bolsa, e quando ele percebeu ela já estava sentada no seu banco, colocando várias coisas no assento e continuando com o barulho.

Não agüentava mais, não conseguia mais ler, tão pouco fumar seu cigarro com tanta agitação ao seu lado, no seu banco, o banco de sua busca. De supetão pegou o seu próprio isqueiro, nem olhou, sequer, nos olhos da moça. Estendeu seu braço com o isqueiro aceso em direção a moça, que se assustou, pois ironicamente não tinha percebido a prensença do rapaz naquele banco. Acendeu seu cigarro, agradeceu-lhe e foi embora, caminhando com a mesma pressa que tinha aterrizado.

Ele sentiu-se aliviado em finalmente ter dado fim ao barulho que tanto o incomodou. Apenas de soslaio viu a moça caminhando, já distante, com seus belos cabelos voando lentamente, com seu caminhar altivo e apressado, fazendo o tempo parar. 'Será?', ele se perguntou. 'Não pode ser!', ele brigou consigo mesmo. Nem sequer olhou seu rosto. Levantou-se com a mesma pressa peculiar à moça e saiu andando rápido em sua direção, já estava muito longe, e todas aquelas pessoas na rua o atrapalhavam. Quase morre ao atravessar uma rua sem olhar o semáforo, e nesta hora com o motorista o xingando foi quando a perdeu. 'E agora?', ele pensou. Precisava voltar e pensar com calma onde encontrá-la novamente, e esquecer que ela esteve ao seu lado e ele nem a olhou para ter certeza, ficou com tanta raiva de si mesmo, nunca deveria ter parado para descançar.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Nó

Seres egoístas nós somos. Não queremos e nem podemos encarar o fato que certas coisas tem que ser deixadas para trás para seguirmos em frente, entretanto o egoísmo tanto cultural como pessoal não nos permite fazê-lo.

Escolhas que podem ser fáceis, simples resoluções que acabam por magoar alvos e atiradores por simples egoísmo de não querer abrir mão de nada. Quem nada tem não sabe o que é perder, aquele que tem demais não querem perder nada, mesmo que nem tão importante seja.

Não percebemos que perdemos grandes chances de sermos felizes. Não realizamos que o egoísmo não libera as outras pessoas para a felicidade. Prendemos sentimentos que querem voar, mas sem saber o que fazer com estes.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Lhufas

A criação de expectativa em cima de algo, na maioria das vezes, causa muitas decepções. Confesso que não sou de esperar nada de ninguém ou de algo, acho que cada um tem que fazer as coisas pela simples vontade de fazer e não por esperar qualquer coisa que seja, entretanto, tem ocasiões onde você nem deseja nada, mas no final, você se supreende pois aquilo que não parecia ter futuro, acaba sendo melhor do que tudo que imaginaste.

Amigos que hão de dar um tempo fora da nossa família de amigos, amigos novos que te surpreendem de tão especiais. Tudo continua no mesmo ritmo, com alguns novos e outros nem tanto.

A cada dia perecebe-se quem são as pessoas que mais podem conviver com você, que podem te aceitar e gostar das mesmas coisas. A cada dia mais pessoas saem do seu ciclo para novas, que são tão parecidas, entrarem. Fato que mudamos ao decorrer da vida, contudo, procuramos sempre pessoas que possam se adequar a você e vice versa, pois dentre todas algumas ficarão para sempre, não importa a fase que estejas vivendo.

Algumas não te aceitam e nem te respeitam, ao ponto da difamação e calúnias virem à tona. E você tem que, nestas horas, se apegar àqueles que realmente são teus amigos e se importam contigo e sempre estarão com você quando a oposição vier tentar de destruir.

Aos caralhos todos aqueles que se importam demais com a vida alheia. À puta mãe de todos, aqueles que não sabem viver sem falar mal dos outros. Ao inferno os que querem ser que nem você e por falta de coragem preferem recorrer a hipocrisia. E os louros da vitória para aqueles que estão com você, não importando que aconteça.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Seqüência 01

Criado por Carol, a quem devo muitas idéias e grande contribuição na busca do amor irreal da perfeição que este conto (s) busca. Obrigado por todas as idéias, discussões e o prazer de escrever esta história com você, mesmo na sobriedade dos dias de semana.


"Eu vou me atrasar de novo". Pensou ela enquanto esperava o sinal abrir, a perna inquieta indicava a ansiedade pra que aquele sinal abrisse logo. O sinal abriu, ela andou, com seu passo sempre apertado, rápido: "Preciso de um cigarro". Ela então, colocou a mochila pra frente, esta ficando pendurada a ela por uma única alça. Ainda andando rápido, a mão foi certeira na bolsa da frente de onde ela tira o cigarro, com agilidade, o que demonstrava que aquele era um movimento constante na rotina dela.

Cigarro na boca, a mão voltou pra dentro da mochila, mas não saiu com a mesma rapidez da primeira ação, ela ficara mais impaciente, aquilo a forçou a diminuir o passo e olhar para a mochila, mesmo assim não obteve sucesso. Então parou na esquina, e colocou a mochila sobre um banco, para procurar melhor. A pressa era tanta, que ela não se atentou para o rapaz sentado na outra ponta do banco, e com razão, ele estava lá imóvel, e de tão imóvel e silencioso ele parecia fazer parte da paisagem.

Em movimento brusco, ele tirou um isqueiro do bolso, e o acendeu, mantendo o braço esticado em direção a moça, sem tirar os olhos do livro, numa atitude que deu a ela a impressão de que ele estava incomodado com ela e com os eventuais barulhos que ela produzira. Ela se espantou, mas rapidamente inclinou o corpo em direção ao fogo. Acendeu o cigarro, e ficou olhando para aquele homem, enquanto recolocava a mochila nas costas. Com as mãos livres, ela tirou o cigarro da boca, e soltou um seco e desconfiado: “Valeu!”. E seguiu apressada, perdera tempo demais.

Ela já estava distante do banco, quando ele pareceu finalmente ter se apercebido dela, não só da presença física, mas do que ela poderia significar. Ele dificilmente tinha companhia naquele banco, naquela esquina, a sua esquina, e ela não só surgiu como realmente falou com ele. E em meio a esses devaneios, ele fechou o livro com força, colocou embaixo do braço, e saiu andando procurando a tal moça. Será que ela ainda estava por ali? Não, ela tinha pressa... foi então que ele reconheceu a mochila e o andar rápido dela, mas já estava longe, ele precisava se apressar.

Com o cigarro na boca, ele correu para tentar pegar o sinal verde da faixa de pedestres. Fixou os olhos nela, e não viu quando o sinal fechou, ele acabara de tragar o seu cigarro, e o tinha na mão, quando um carro veio em sua direção, o barulho da leve freada o assustou: “Tá maluco!” – Disse o motorista irritado! Ele nem lhe deu atenção, virou rapidamente a cabeça pra tentar ver a moça, tarde demais, ele a tinha perdido.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

E(s)quinócio

Sempre sentado naquele mesmo banco daquela mesma avenida, parecia que nunca tinha nada a fazer, de modo simples e quase invisível aos transeuntes desta. De vestimenta ordinária, sempre com um livro ou revista à tira colo e um olhar em busca de algo que em todos estes anos nunca sequer cogitou achar: o amor irreal da perfeição. O amor por toda a vida. Mas como saber se este amor irá passar ali, naquela esquina, havendo tantas outras esquinas no mundo e tantas outras pessoas no mundo? Mas porque não passaria, o seu amor, naquela esquina, a sua esquina? Enquanto espera passar lê e fuma seu cigarro, com a calma de quem tem certeza que ele vai aparecer.

Do outro lado de tudo isto ela caminha altiva, leve e perfeitamente como um Sol que põe no horizonte. Tão independente não olha para os lados, não por se achar algo demais nem por querer mostrar superioridade, e sim, porque não precisa de nada, não está em busca de nada. Está em plenitude, se é que isto existe. Entretanto, não estar em busca de nada, não significa que se algo com qualidade for acrescentado ela irá recusar, afinal, a felicidade nunca será demais. Ela no momento procura um lugar para tomar um café e fumar um cigarro, mas não vê nada ao redor, decide então sentar naquela banco ali da esquina para ao menos fumar seu cigarro e descansar.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

De Bolso

Mesmo aos vinte anos já me tornei um velho jovem convencido que não mudo mais. Ao menos não muito. A velha história do pau que já nasce torto, no caso o pau que já ficou torto e está quase inflexível.

Há pelo menos uns sete anos que todos os dias arrumo os objetos dos meus bolsos do mesmo jeito. Sim, é uma mania intratrável. Celular no bolso esquerdo, chave no direito e carteira no lado direito atrás. E se não estiver assim eu não consigo sair de casa e fico totalmente desorientado procurando as coisas mesmo que estejam comigo.

Das coisas mais banais as mais radicais percebo que sou uma pessoa com manias e hábitos que já em mim habitam faz muito tempo e não estou pretendendo parar. O meu shampoo, o mesmo shampoo há no mínimo cinco anos, só gosto e só meu sinto feliz com ele, sendo que nem para o meu tipo de cabelo ele é.

Todos os dias há cerca de dez meses acordo para o meu trabalho, mas não é um acordar qualquer. Toca o primeiro despertar às 5:10 da manhã, logo em seguida ponho para às 5:15, e porque não por logo direto às 5:15? Devido ao simples fato que não teria mais cinco minutos e os cinco minutos adicionais tem o seu valor quando não se tem tanto. Vou ao banho, escovo os dentes, me arrumo e olho no relógio todo os dias o mesmo horário de sair: 5:29. Saio de casa e encontro as mesmas pessoas que na rua caminham, o sr. do pães, o tio do jornal e os mesmos senhores que caminham de modo aeróbico de manhã cedo e mais recentemente encontrei uma senhora com quem convivi no mínimo há dez ano atrás e ela me reconheceu, em meio as brumas da madrugada, andando nas vazias avenidas de belém. E olha que mudei muito em dez anos.

Ao trabalho todos os dias levo as mesmas coisas, os seguranças já sabem o que carrego, alíbi perfeito se eu fosse um ladrão, o que não me convém. Todos os dias arrumo-me do mesmo jeito: tiro os alargadores, ponho calça, cinto, talco, meia, talco, sapato, blusa, água no rosto, gravata e crachá. Doze minutos é todo o tempo que levo para me arrumar, e de novo chave esquerdo, celular direito e carteira direito atrás. Meus queridos bolsos.

Assim levo a vida, todo dia um dia novo, mas sempre moldado nos meus velhos hábitos de um velho jovem de apenas vinte anos. Que consegue imaginar sua velhice e estes mesmo hábitos, até em sua biografia póstuma:

'O velho Luiz, passou anos com o mesmo shampoo, e sempre colocando seus pertences no seu bolso com a rigorosidade de quem tem aquilo como algo sério. Todos os dias sempre fez tudo igual, mas nunca viveu a mesmice do mundo. Luiz Moraes, Luizinho para a família e low para amigos intímos, viveu da rotina uma nova aventura todos os dias. Fiquem em paz, L.Moraes.'

Sim, toda biografia póstuma tem que elevar o já falecido a um grau de eloqüência e intelectualidade altíssimo, afinal ele já se foi e agora vamos dar a ele seu real valor.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Sou Maria Luiza

Muitas saudades me invadem, daquelas que apertam o peito.
E me deixam sufocada por um longo e tortuoso segundo.
Saudades que eu amo sentir, saudades que me fazem feliz,
Porque eu amo amar, mas ao mesmo tempo querem tirar deste peito,
Este aperto que faz mal, um aperto que é só amor prejudicial.

Aperto que quando for embora,
Sairá gritando eu te amo aos quantro ventos, aos sete mares,
Às sete maravilhas. Um 'eu te amo' para cada obra de arte do Louvre,
Um eu te amo para cada dia com você e dez eu te amos para cada dia sem.

Sinto saudades.

Amo saber que choras por mim, contudo, não posso chorar com você.
Meu homem causador de intrigas e dores da mente feminina.
Diz que estás comigo, me beijas, me faz feliz,
Me troca por uma pássara da noite. Te amo e sofro por ti.
Tudo que quero é um telefonema seu, um 'desculpa'
E 'vamos recomeçar'.

Sou mulher forte resistente, entratanto possuo sentimentos.
Não sou fim de festa, tão pouco etílica, sou real e amavél,
Como todas as outras, a única diferença de verdade é que te amo,
E quero-te de volta.

Não sou pássara, não sou fugaz,
Sofro porque quero, beijo porque amo, choro porque existo e sou de sentimento.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Culinária Universal

Estava apreciando uma obra de um grande artista o qual sou fã: Vladimir Kush. Pintor russo, nascido no meio da década de 60, grande influência surrealista, conhecido como o 'Dalí moderno', tem como destaque imaginar situações improváveis em locações possivelmente reais, a brincadeira com o absurdo incrivelmente exposto no cotidiano. Sou declarado seu fã.

Em uma obra sua, uma de minhas favoritas, se é que posso escolher uma, ele mostra o pôr do sol no horizonte atrás do oceano. Mas o que chama atenção são as cascas de ovo que estão ao redor, dando a impressão de que o Sol é uma enorme gema.

Isto me fez refletir sobre a existência do espaço, universo e galáxia. Certo que o universo não se resume a nossa Via Láctea, mas tendo que adptar meus devaneios, pensei o universo sendo mesmo um ovo que se partiu, ao invés de um enorme big bang. O Sol seria nossa gema, no caso o centro de tudo, visão antiga e medieval, entretanto tinha de embasar em algo a linha de pensamentos. O resto, a enorme massa densa e escura seria a clara? Não sei ao certo, mas acredito que sim, todavia a pergunta que me faço é de onde os planetas saíram?

A anatomia do ovo não me permite mais deduções. Entretanto como este ovo foi preparado na 'frigideira do universo' pode gerar algumas outras explicações, no sentido de que o ovo do universo é estrelado, levando em conta não mais o ovo e sim seu modo de preparo. Resumo de devaneio: o universo é um ovo dependendo do referencial.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Não Se Sabe

Todos temos um estilo próprio. Estilo de vestir, falar, agir, alguns aspectos que nos formam cidadões, características próprias que formam nosso caráter e nos fazem certas vezes previsíveis. Somos a reunião destes, entretanto, logicamente, temos algumas idéias ou ideais que não são externados e fazem parte do que podemos chamar de alter ego para melhor entendermos.

Você tem um jeito próprio de viver, de falar, escrever, mas existe algo em você que pensa diferente, totalmente diferente, é seu oposto, todavia ainda é você. E você não se confunde, você sabe que isto é apenas uma parte de você que está escondida. Talvez nem escondida seja, apenas algo menor.

A exteriorização desta sua mínima parte que diverge do seu eu conhecido, faz com que as pessoas não entendam suas atitudes, pois é totalmente diferente do comum conhecido e já visitado. Mas a busca por algo novo sempre levará a mais erros que acertos, o que é normal, não estranhem a insensatez de certos atos, pois eles são resultados de uma busca por um novo eu. Tentativas de transformar esta mínima parte em algo que possa somar em minha personalidade definitiva e não apenas algo que se esconda em meu pré consciente.

Por isso vou errando, assustando, confundindo, fazendo certas coisas que nem parecem ser feitas por mim. Mas estou na fase de experimentar e descobrir o que realmente sou ou pretendo ser, logo erro com orgulho de estar errando para aprender.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Parto

Nasce enfim aquele verde
Do som cítrico e visceral
Reluz através do estilete
Mostrando o real e mortal.

Sabor de roxo envelhecido
Como soam todas as coisas novas
A velha história do anjo caído
A maçã das mulheres pecaminosas.

Vermelho como a música
Barulhento como a dor
Infeliz visão deste odor
Que faz desta mulher a única.

Enfim nasceu seu caráter
Prematuro, tentativa de aborto.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Tom Do Viver

Tem certas palavras que soam de um modo muito agradável e tantas outras que saem soando como um furadeira ou um cortador de azulejos. Luiz Fernando Veríssimo tem uma crônica sobre isto e pode dissertar a vocês muito melhor que eu sobre o tema em questão. Palavras que saem super belas da boca, gostosas de pronunciar e outras que se arrastam pelo canto da boca até saírem por fim.

Mas tem palavras que soam bonitas ou importantes dependendo de como são ditas. Existem palavras extremamente vulgares e impróprias para o dia a dia comum, que se ditas de um modo certo, podem ser usadas em qualquer contexto, todavia o mesmo acontece com qualquer outra palavra por mais bela e sincera que seja. Ao ser dito sem vontade ou de modo pouco convincente pouco importa a realidade do sentimento por trás.

Um eu te amo pode ser horrivelmente cruel de ser escutado, não importa o quanto ele é sincero, por isso conversas on line se tornam tão complicadas. Não existe a voz, o tom que determina como aquilo é dito. Ser irônico ou sarcástico na internet pode ser uma grande perda de tempo e ainda tem o fato que vais parecer idiota.

Por isso não é o que dizer e sim como dizer, jargão antigo, mas de uma verdade imutável.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Coletivo Mix

Mundo virtual. Mundo nem um pouco real. Mundo bem divertido, onde podemos ganhar poderes, sermos mais poderosos a cada fase e viver do jeito que queremos. O único contra tempo são os chefões que temos de enfrentar em cada passagem de uma etapa para a outra.

Viver nas mesmas músicas, mesmos cenários, mesmos participantes. Melhor ainda quando podes escolher seus amigos que o vão ajudar nesta empreitada. Quando eles te ajudam, te erguem, comem com você, ganham com você e sorriem com você. Estes são verdadeiros primos.

Semana inteira de jogatina. Todos os dias uma fase diferente, entretanto sempre com os mesmos protagonistas. Cada vez um nível mais alto de amizade e de aventuras, com tantos balões para decorar nosso cenário e sempre o mesmo som pra ser fundo musical.

Why does it always have to end...Esta pergunta eu me fiz ontem quando tudo acabou (em termos), chegamos ao fim desta fase (ou semana?). Mas fechamos com chave de ouro, vencemos o chefão com muita união, alegria, risadas, um pouco de suor claro, mas o Batman estava lá pra fazer tudo mundo muito mais feliz. Na verdade o Batman gerou um sorriso tão grande quanto o do coringa.

Valeu por esta semana cheia de mix, cheia de tudo. Aniversários, tocas, cinemas (???). Passeios, cantorias, música, amizades novas, velhas, missões e a certeza de que tudo vai ser cada vez melhor.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Boa Noite

Chove tanto. Os pingos caem em várias direções, não sei se devido ao vento ou por vontade própria. Também não sei se são eles mesmos que escolhem suas cores ou a sua morada nebulosa que determina se estes serão verdes, estes azuis, estes amarelos e outros roxos.

Cada toque ao chão destes mínimos pingos, faz passos de elefante serem suaves como a voz de um anjo. Mas não é um som ensurdecedor, é algo que é possível conviver após os primeiros dez minutos de chuva, quando o susto é maior que o barulho.

Odeio quando chove, porque os pingos deixam tudo manchado, as suas cores são bonitas no ar, mas na parede da casa sempre são problemas. Ainda mais porque creio que eles começam a corroer a parede, pois toda vez que eles caem minhas paredes começam a se desmanchar.

Amo quando chove. As cores lá fora me fazem muito bem. E na verdade até consigo dormir com tantas coisas e cores acontecendo, isto nunca foi um problema. Amo dormir com uma caléidoscopio pessoal.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Fã De La Vida

O que eu gosto, é divertido e atencioso, e parece confiável, dá pra saber que ele tá feliz e tal. O outro, tem uma nuvem negra na cabeça e é estúpido e individual, parece a pessoa mais distante do mundo, que eu tenho até medo de trocar alguma palavra porque eu não sei qual será a reação.


E tu não faz nada para as coisas acontecerem?


Eu não sou de ficar atrás de nada nem gosto que esperem coisas de mim, eu sou fã da vida do jeito que ela é: aos acasos e os tantos desencontros que Vinicius previu.


As coisas acontecem e sempre vão acontecer. Mas eu não espero nada sabe, sei-lá, um dia esperei, e hoje as coisas acontecem, se quero que aconteçam corro atrás, se não eu vivo.


A vida é cheia de descrições, mas tristemente as mais verdadeiras te escancaram de modo a te deixar imperceptívelmente avariado, à ponto de encarar o quanto a sua maldade e individualidade está aos olhos de todos, totalmente às avessas do que imaginavas. Escondido onde tu somente achavas que eras capaz de rir de suas maldades, aparentemente invisiveis à primeiro olhar, entretanto, cruelmente as pessoas sabem que você machuca à todas.

Mudas

Deveras cair nas luzes
Luzes da cidade onde me espelho
Estilhaços de realidade
Na foma chapada de minha mente

Noites escuras azuladas
Enevoadas de modo irlandês
Metades de mim ao chão
Incoerência na noite pagã

Vontades que são negadas
Atos contrariados próprios
Merdas ao vento sem volta

Réu de culpa irreparável
Fim de pior motivo óbvio
Já deu! Chega de não afirmativos.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

É Isso

Ela disse adeus. Ela se foi e eu nem disse adeus. Mas também o que seria mais um adeus no meio de tantas despedidas sinceras ou nem tanto? Seria apenas mais um que sentiria sua falta. Entretanto a falta que hei de sentir não é qualquer uma falta.

Não convivo, não sei de sua vida, nem acho que um dia saberei. Mas gosto tanto de saber que ela está ali, um tanto distante fisicamente mas na minha mente vive ao meu lado, como minha fiel escudeira, minha eterna companheira.

Tenho quase que plena certeza de que ela nem sabe que eu não me despedi. Existem muitas pessoas na minha frente para realmente ter o que dizer para ela neste momento. Nada de 'felicidades, sucesso, paz, vai tudo dar certo'; eu não iria querer me despedir se fosse para dizer estes mesmos lenga-lenga de sempre. Queria poder abraçar e dizer vai em paz, te amo e conta comigo. Não sei se isto soaria como deve, mas não importa.

Só não quero ser nenhum adeus como foram todos os outros. Todavia acredito que não me despedindo de você consegui ser um adeus diferente, um adeus ausente, o único que não era para ter sido.

Então: Adeus, vai em paz e eu te amo!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Dito Pelo Não Dito

Existem certas coisas que são tão fáceis de dizer, outras que são extremamente travosas, parecendo que nossa língua é uma bola que não deixa sair nenhum som compreensível de nossa boca. Mas a veracidade destas palavras também facilita sua proclamação. Se não valer muito para você, se for apenas mais algumas palavras, se torna tão fácil e mecânico quanto um bom dia no elevador do condomínio.

Desculpas, obrigado, são todas palavras que podem se tornar um incômodo para se pronunciar. Mas nenhuma delas supera a versatilidade e a ambíguidade do eu te amo. Tão simples de dizer, quanto não se sente realmente, todavia extramamente complexo e tortuoso quando se está realmente amando.

Já disse te amo sem amar. Já deixei de dizer amando. Tem pessoas que é simples dizer te amo, pois você ama e é isso! Tem pessoas que o medo de assustá-la ou fazer com que tudo que foi construído suma com o simples enunciar das palavras.

E assim como o eu te amo é um construidor de amores, e fortalecedor de relações ele pode ser o fim de tudo se dito na hora errada. Não que seja ruim ser amado, mas ser amado e não amar de volta não é tão legal, podemos dizer assim. Você logo acredita que a pessoa gosta muito mais de você que você dela, entratanto pode não ser isso, mas convencer a sim mesmo disto é que é uma verdadeira missão.

Mas amar é muito bom, estar apaixonado melhor ainda. Então em caso de dúvida do dizer ou não dizer, a melhor escolha é sempre amar. No resto, as coisas não são tão complicadas, basta viver.

sábado, 19 de julho de 2008

Corpo Fechado

Existem pessoas que vivem doentes. Qualquer vento, resfriado, sereno, fazem logo com que alguns fiquem de cama. Outros nunca ficam doente, nunca sentem nada, possuem uma saúde privilegiada. E é claro existem os que vivem à margem. Nunca estão doente, mas também não possuem tal súde invejável.

Eu por exemplo. Demoro tanto para adoecer, mas quando é para ficar doente é de modo abismal. Dores intermináveis, doses de remédios que poderiam dopar um mamute. E o pior de tudo sempre perto de alguma coisa, semana santa, férias, viagens que fariam inveja a Sodoma e Gomorra.

Mas a vida é assim, vamos nos dopando destas drogas permitidas pela sociedade e torcer para ver se funciona, porque eu não aguento mais boca cortada, dente doendo, garganta inflamada. E para aqueles que tem uma saúde de dar inveja aproveite, porque vocês não sabem como é chato ficar doente nas férias.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Personalidades

Conversando com uma amiga, nova amiga, descobri certas coisas. Ou melhor reparei em novas coisas. Cada pessoa tem uma personalidade própria, até aí não há nenhuma novidade, entretanto há algumas personalidades peculiares e que me atraem de certa forma descomunal.

Esta minha amiga por sinal tem uma destas personalidades. Ela é uma antítese. Ela é completamente oposta em suas decisões, frases e pensamentos, mas isto não faz dela uma pessoa confusa. Porque antíteses não são confusas são opostas ou nem isso. O que importa é que adoro antíteses, até me encontro em muitas delas.

E ao contrário destes, existem as verdades escancaradas, são as pessoas que você olha, e ao trocar a primeira palavra já sabe como a pessoa é e como ela vai se portar em todas as suas futuras atitudes. Eu já não gosto disto, pois sou um fã confesso da subjetitvidade, por sinal algo que já té me causou alguns problemas pois subjetividade com antíteses fica cada vez mais difícil.

Eu não conseguiria me definir em nenhuma destas duas características. Sou verdadeiramente pensativo e individual, nunca individualista, só acho que eu estando bem comigo mesmo tá tudo bem, o contrário do que já fui um dia onde fui um poço de sentimento. Hoje em dia meus sentimentos mais bonitos vivem em papéis e textos, no mais há a cruel e verdadeira realidade.

Bem não há personalidade perfeita, há o quanto estamos dispostos a aceitar cada um. Afinal de contas não creio que o amor tenha química e sim física. Pois cada ação gera uma reação igual ou contrária.

domingo, 13 de julho de 2008

Tua

Tu que não sabes onde quer chegar
Passeia em tantos lares sem preocupação
Se joga no sofá cansado de andar
Ligar a TV, tirar o sapato e bocejar.

Forço tanto para te achar
Que as forças estão ao fim
Procuro tanto meu amigo
Que já estou na contramão.

Não ficarás a revelia
Não estacionará à sua vontade
Já escolhi a vaga certa,
Basta saber se vai dar para sair.

Deixe-me abrir a porta para você
E fazer com que nunca mais saia.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Psh!

Silêncio: momento em qual a emissão de sons é zero, nada, niente, nothing. Existem muitos tipos de silêncios. Situações em que ele é exigido, situações onde ele é usado para uma singela homenagem, silêncios constrangedores. Mas em todas estas situação o silêncio existe apenas por convenção ou porque realmente ninguém quer dizer nada, o que faz de um breve momento sem som o mais longo do mundo, quando ninguém quer se manifestar sabe Deus porque.

Todavia, existe um silêncio tão raro quanto um amor de verdade. O verdadeiro silêncio existe tão periodicamente em tão raros momento que é até difícil descrevê-lo. Apenas o presenciei uma vez acredito em toda a minha vida. Ele vem de um modo calmo e imperceptível e de repente ele toma conta da situação, e os sons parecem não existirem mais. Tudo é tomado pelo vácuo do momento.

Na verdade ele nem é tão ruim, é uma sensação única pois não é constrangedora, é apenas perplexidade, o suficiente para tomar conta de todos os sons ambientes. Este são raros e quando acontecem não são por acaso, deve-se ter cuidado para não quebrá-lo com algum comentário sem necessidade, pois ele não pede nada, apenas que você preste atenção na situação.

O silencio verdadeiro acontece com raridade e com motivos reais, não o confunda com o pior silêncio de todos que é quando alguém decide não falar nada podendo dizer tudo.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Beija-me

Tem certos atos que marcam mais do qualquer outro. E há atos que são impossíves de mentir na sua realização. E existe um ato que consegue englobar tudo isto que acabo de dizer. O beijo.

O beijo é união de lábios, entrega de um sentimento, provedor de prazer, começo de um tudo mais. Com o beijo um salvador foi traído, com um beijos casais começaram e outros terminaram. Com beijos pessoas nasceram. Com beijos somos recebidos e nos despedimos.

Conseguimos mentir em um aperto de mão, em um abraço, mas a dificuldade de mentir ao beijar torna quase impossível isto acontecer, os beijos carregam uma carga emocional muito grande, tem um contato muito pessoal para que se possa mentir na sua execução. Há casos logicamente, mas não é algo fácil.

O grande problema - ou lado bom - do beijo é que ele marca você à ferro quente. A última pessoa que você se relaciona deixa em você a marca de seu beijo, faz com que você se acostume àqueles lábios e ache os outros beijos ruins ou não satisfatórios. E o grande quiprocó disto tudo é que enquanto você não apagar da sua memória tais beijos, todos os outros serão estranhos até que finalmente venha um novo e de supetão venha cobrir a marca deixado pelo antigo beijo.

Quantas noites não são sonhadas sobre aquele beijos que tanto lhe agradou e não existem mais. Claro que se não existe mais era para ser isso, mas que ele era bom e que faz falta faz. São fatores que construíram seu atual ser.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Tempestade Da Razão

Você e eu. Isto nunca poderia dar certo.

Nossa vida tinha começo meio e fim.

Será que eu mudei por uma boa razão?

Ou será que foi mais um erro da minha vida?

Andar uma estrada tão longa para alcançar a verdade

e você estragar tudo com suas mentiras.

Mente doentia que põe minhas palaras à prova

somente para alimentar seu egoísmo.

Lembra-ti quando costumavamos apreciar o pôr do Sol,

e agora tu pintas o Sol de preto e azul?

Você é o único que me faz sentir assim.

E eu não quero me sentir assim nunca mais.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Maioridade

Ser adulto ou estar virando adulto é tão chato. Vida de preocupações, contas à pagar, prazos à vencer. A vida de adulto é chata, não existe mais a mente livre pra fazeres o que tu queres sem pensar no amanhã. Não existe mais aula pra gazetar e sim trabalho, e faltar trabalho ou fazer merda neste, não é uma boa idéia para quem tem contas a pagar.

Tenho hoje vinte anos e aproveito a minha vida do melhor jeito possível. Não posso sair todos os dias nem nas férias, mas tenho meu dinheiro pra quando sair não me preocupar. Eu trabalho bastante, faço concursos públicos, tento melhorar minha vida profissional. Será que finalmente comecei a pensar no meu futuro? Mas e a minha juventude que não vai mais voltar se passar de vez?

Vive este impasse é difícil, porque posso viver intensamente cada momento e não pensar no meu futuro, mas sem meu emprego não sei mais viver, pois dele tiro tudo o que é meu. Desde meu emprego não peço nada a ninguém, e ninguém diz ou deixa de dizer o que devo fazer. Entretanto, já perdi milhões de festas e momentos de esbórnia com amigos e parceiros. E vale a pena? Acredito muitas vezes que sim e outras fico com raiva, contudo vem a mente que quando minha faculdade acabar, eu vou estar empregado - se deus quiser - e terei minha vida encaminhandada para o meu futuro, que até o momento já foi decidido.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Foram-se Todos

É estranho como não existem mais gênios. Nenhuma alma geniosa, nenhum ser iluminado com a luz da sabedoria espontânea permanece mais neste mundo. Não entendo porque os últimos grandes gênios se foram e não vieram outros em seu lugar.

Cada geração com seus gênios e pensadores. Isaac Newton; Da Vinci; Michelangelo; Aleister Crowley; Fernando Pessoa; Van Gogh; Picasso; Adam Smith; Leibniz; Sócrates; Freud; Nietzsche; Einstein; John Lennon; Jimmy Hendrix; João Gilberto; Vinicius; Chico; Raul Seixas.

Mas hoje pertenço a uma geração sem gênios ou pensadores, tendo que no máximo aceitar Bill Gates como a grande surpresa de minha vida. O que bem resumido por um amigo: "ele é só um nerd!".

Fico intrigado com a percepção à flor da pele destes gênios. A definição, para mim, de gênio, é aquele que consegue vislumbrar coisas a frente de seu tempo e deixar provado que aquilo não é puro devaneio de um dependente químico. Digo que são dependentes químicos, mas não como destes que existem hoje em dia, que utilizam de drogas para ter alucinações e ter prazer em sua utilização. Mas sim porque as suas mentes estão completamente à frente de nosso tempo, e o que o mundo real oferece para estes não é o bastante, é necessário expandir os horizontes.

Ópio, heroína, ecstasy, cannabis, LSD, cocaína, álcool, tabaco, não importa. A sua utilização era puramente inspiracional. Não tinha apenas o intuito de sentir prazer, era parte do processo criativo. E todas a grandes mentes fizeram sua utilização, até mesmo aqueles que não são gênios, mas fazem parte da gama de pessoas que são dotadas de mais inteligência que as demais. A loucura e o desregramento são altamente ligados a inteligência. A inteligência não está nada ligada com a conservação da matéria física e sim a mental.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Toda A Vida

Aconteceu aos vinte e poucos anos
Quando foi entregar uma carta em sua casa.

Nasce um amor que nunca se apagou
Fez juras secretas, viveu a seu favor.

Pegava fogo à cada carta que mandava
E não sabia o que lhe esperava.

Ela também jurou amor à ele
Planejou fugir, se casar com beijo.

Ela desistiu
Ele não reagiu
"Pobre Homem!"

Ele não desisitiu
Ele vai perseguir
Sua Deusa Coroada.

Ele vai ter outras vidas
Mas não vai lhe apagar
Vai até subir na vida
Para enfim te conquistar.

Mais de meio século depois
Começa um amor de quase avôs.

Ela se torna viúva, ele ainda solteiro
Vai lhe consolar, reiterar seu amor.

Ela não queria o pobre homem
Mas ele não tão pobre, ainda nobre.

Após dois anos resgatou seu amor
Através de cartas que apagavam a dor.

Ela a beijou
Ele a pegou
Entre seus braços.

Ele conseguiu
Ela até sorriu
Na noite de amor.

Eles não tem mais muito tempo
Para chegar a ter outras vidas
É um com o outro e vice versa
Em linha reta, reta, reta.

sábado, 21 de junho de 2008

Boa Sorte

Acredito que seja comum em todos aqueles que gostam de escrever por hobby ou até mesmo vivem de seus escritos, um dia qualquer, terem o grande mal de não saber o que escrever. E acabam assim tendo de escrever sobre a falta do que falar. Tendo que tornar esta falta um assunto.

No meu caso, não em especial claro, apenas em meu caso, eu escrevo qualquer coisa relacionada a sentimentos, dedicados quase todos, à alma feminina das mulheres que um dia significaram algo na minha vida. Mas não podendo escrever para sempre sobre as mesmas pessoas, talvez não por falta de carinho, e mais por falta de palavras ou momentos inspiradores, fico sem a quem escrever e sem o sentimento necessário para isto.

Não tenho uma musa, não quero ter uma musa. Amo todas as mulheres que me inspiram ou me inspiraram. Existem as que amo, as quem um dia amei, as já convivi de verdade e outras que sequer beijei, mas todas com relativo tempo em minha vida Nunca mais achei a inspiração necessária, na verdade neste caso não seria nem a mulher certa, porque preciso mais do sentimento que do real físico. Como todos dizem, enquanto você procurar você não irá achar, só vem quando menos esperar.

Enquanto isso desfruto da minha falta de inspiração, temas e assuntos para dissertar e narrá-los aqui. Mas eu não me preocupo, logo tudo há de mudar, a grande causa disto tudo foi a grande inspiração provida mês passado, que se foi, foi jogada no vácuo da memória e não posso mais tirar nada dela que me deu tanto.

Boa sorte para nós. Pois todos precisam de inspirações, de amor e paixão na vida, não para escrever textos, mas para tudo. Estudar, se vestir, escutar música, sair com amigos, namorar, ser feliz, trabalhar. Então, boa sorte para nós.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Homens Da Paixão

Luar que rege a orquestra dos Amores
Que ultimata eterna todas as dores
Daqueles que sofrem do coração.

Sofrimento de verdade à quem ama
Que toda dor não há de apagar a chama
Tão pouco o sorriso daqueles homens da paixão.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Amores & Amoras

“Sabes tocar essa música?” Ela perguntou. Ele disse que um dia soube, mas não ia conseguir lembrar naquele momento. Ele realmente quis saber tocar aquela música naquele momento, queria impressionar a moça que o tinha chamado atenção o dia inteiro.

Tanto desencontros como previu o poetinha, mas muitos encontros desejados e forçados para ter a bela visão de quem até hoje mexe com o pobre homem. Até sustos, mas dos sustos gostosos que geram a gargalhada revitalizantes que só quem ama conhece.

Cão e gato à paisana. Quando um perseguia o outro sem ninguém saber e vice versa. Todos querendo tudo, entretanto o destino sempre colocava obstáculos inacreditáveis que eram de se fazer rir de tanta desventura. Quando finalmente ele disse “não sai de casa!”, ele só queria tirar esse eu te amo do peito e dar para quem era seu verdadeiro dono.

Não foi tarde demais. Foi um amor que ultrapassou os limites do real e do imaginário popular. Ninguém entende, nem sabe como funciona, mas eles sabem, ah se sabem.

Ela se mudou. Ele sentiu falta, todavia este não foi o pior. Todo o seu desespera é que toda as vezes que ela retornou a belém, ele nunca se sentia bem, mas também não mal. Ele sabia o que era. Ele sabia que daquela garota moça ele queria tudo que emanava, afinal de contas, ela era ele no sexo oposto.Ele não filosofou ao dar um mundo em uma caixa, ele realmente estava disposto.

Ele sofreu amargamente nos dias de sua tristeza, nas desilusões amorosas, morreu de ciúmes ao saber de seus casos. Praia, prédios, colégios, festas, músicas e tudo o que tiveram direito. Pode até ser que não, mas ele sabe que no final tudo sempre dá certo, e está dando certo, não mudaria nada.

Hoje é dia. Ser feliz, estar feliz, amizade acima de céu e terra e todos os problemas.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Para Mim Chega

Ai que saudade, que vontade de tê-la comigo mais uma vez, desta vez não mais errar e enfim ficar com ela para todo sempre.

Quando ela chega, naquele momento único, o grande silêncio que precede o escancarar das portas. O batucar dos dedos na mesa, as pernas ainda inquietas...sob a mesa. Isto tudo somente esperando-a chegar, o que não sei quando nem onde há de acontecer. Ela chega para mim.

- Sinto sua falta! Não sinto da intimidade, sinto falta do sentir . Não te quero! - mentira – Quero poder sentir aquilo de novo, ao menos de forma platônica. Só para ter minha inspiração de volta, meu sorriso ao acordar, meu bom humor nas manhãs de domingo, minhas ressacas com menos enxaqueca.

Confesso que desta vez sou interesseiro. Não quero-te de volta para nada mais do que meu pobre bem estar, nem quero tanto assim, só preciso saber que existes em mim em algum lugar. Só para me dar o prazer de viver contigo novamente, mesmo que tão superficialmente.

Sei que fiz tanto mal a ti. Sei que te usei como desculpa para meus caprichos, e disse em teu nome certas coisas que só fizeram te difamar. Sei que tudo há de voltar, talvez não agora, mas você nunca vai deixar passar assim estes mal tratos, não pela maldade deles em si, talvez pela falta de cordialidade.

Entretanto nunca quis te afastar. Nunca quis ficar sem ti, nunca pensei em ter que correr até você, suplicar nos meus sonhos te ter de volta. Paixão, volta! Quero te ter de novo, ó sentimento bendito que me faz falta, preciso de mais de você, preciso sentir você de novo quando sei que você chega para mim.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Treze Dias Ao Chão

Dia treze. Sexta feira. Noite de terror? Não sei. Eu gosto das sextas feiras, se são treze ou não é apenas um detalhe numérico. Esta sexta feira em especial tem um certo charme por ser uma sexta feira treze de junho, ou seja, um dia após o dia dos namorados.

Os casais após o dia doze andam todos sorridentes como se uma troca de presentes, meia duzia de palavras e uma noite de libído e carne irá mudar todo um namoro. Talvez, mas esta probabilidade é mínima. Nem todos os mais maravilhosos orgasmos, os presentes mais caros mudará algo destinado ao fim. Em contra partida quantos namoros bem secedidos, após um dia dos namorados tiveram seu fim no dia treze seguinte e não na temida sexta feira treze, e sim, apenas no dia seguinte.

Sempre os namorados procuram ser mais atenciosos neste dia - sei porque já passei alguns dia doas namorados acompanhado - mas o engraçado que nos outros trezentos e alguns dias do ano, o namoro é mundano, comodista, onde o amor nem a paixão já existem. E somente neste dia há uma preocupação exarcebada de fazer seu parceiro feliz.

À parte estes imbróglios de quem namora, nos deparamos com a depressão momentânea de quem está solteiro. E toda a pressao da sociedade em cima daqueles que não querem ou não estão namorando. Todas as pessoas felizes, os comerciais, as lojas, uma felicidade até certo ponto deprimente, quase que expugnando aqueles que vivem à um, como se fosse um grande problema ser solteiro - é problema apenas no dia dos namorados, o resto do ano todos desejam solteirice e a esbórnia que isto lhe rende.

Penso nas pessoas que esperaram até o dia doze para pedir alguém em namoro, realmente romântico e corajoso, pois data mais tendenciosa não há, é preciso de muita coragem para fazer o pedido ao dia doze do mês seis.

Passou. Dia treze do mês seis. Os namoros voltam ao normal, alguns tiveram seu fim outros seu começo, mas era apenas um dia normal, mais um dia de um mês como muitos que ainda hão de chegar. Treze dias a menos de um mês, treze dias a menos no ano, treze dias a menos na sua vida, treze dias ao chão que você já passou deixando-os no passado.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Lígia

Prefaciando o tudo mais
Um sorriso que não foi nosso
Que logo foi posto de lado
Por um olhar de verdade, olhos reais

Sem pretensão
Amizade desligada da realidade
Amor de verdade ao inevitável
Verdadeira compulsão

Fez de um breve início
Um marco em vida
Como a chuva no verão
No nosso tão raro solstício

Fez de um simples minúsculo
O mais imponente maiúsculo

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Central

Aos sete meses de viagens, descobertas, entregações, choros e risos na companhia de um grande amigo. Valeu Niva, por todos os conselhos, amizade e viagens alucinantes.

- Deus foi muito injusto! - ele disse - Ele deveria ter nos dado duas vidas. Uma para ensaiar e outra para realmente entrar em cena.

- Mas a vida é teatro. - retruca o amigo - Não temos como voltar atrás depois que entramos em cena. A vida é um eterno improviso de ações e reações, para uma pláteia de um único espectador que é o nosso próprio criador.

Não vivemos em uma bela paisagem, com efeitos de câmera, cromaquis gerando nossos maiores sonhos as nossas costas. Não vivemos cinema. Não temos um diretor para dizer o que vamos dizer, com que cara vamos entrar em cena, e se der errado pede para voltarmos e refazer nossos passos.

A vida se resume a um plano - palco - e ali temos que fazer e acontecer, a arte da vida é viver cada momento sem saber o próximo, ter tudo planejado, mas se der errado saber improvisar do melhor jeito.

Comédia e tragédia. É sobre estas leis que vivemos. Amor é a sua junção, a comédia como a representante da felicidade, tragédia é o seu fim ou tudo que envolve o seu começo.

Só uma chance para acertar tudo. Ao entrar em cena é tudo com você, e assim como a vida, sempre há os problemas de percurso por mais bem planejado que tudo tenha sido. A vida meu amigo, é teatro.

sábado, 31 de maio de 2008

Trigésima Chuva

A claridade das palavras, nunca irá subjugar as sombras do medo. Não importa o que seja dito, o que seja feito, o medo tende a existir. Sem coragem, sem convicção no que queres, sem fazer as coisas acreditando que aquilo lhe fará feliz, não adiantarão palavras, atos.

O medo é lugar comum a todos. O tamanho do medo não é proporcional ao obstáculo e sim a sua vontade de vencé-lo.

A alegria, na forma de realização pessoal, não depende da queda do obstáculo e sim do quanto você sabe que tentou. Do quanto você fez aquilo valer a pena, mesmo sentido dor. Palavras, atitudes, sem vontade de querer vencer, nada mais são que tentativas ao acaso. É esperar que seu medo vá embora, porque achas que estás vendo o que precisa.

_____________________________________________________

Trinta dias. Já fazem trinta dias que a mesma intensa chuva cai sobre nós. Tudo está tão úmido, molhado, impregnado de um sentimento de descaso. A tristeza que nos abalou nos primeiros dez dias de chuva agora se acomodou. Em repentinos devaneios, imagino que não saberia mais viver sem esta chuva, ela já faz parte de um cotidiano que me faz refém dentro de minha própria casa.

No reflexo da janela, meus olhos acompanham a água que corre na calçada, que leva lixo correnteza abaixo, que leva minha esperança de voltar a ver o Sol. Muitos dias já se passaram desde que começei a passar minhas tardes sentado à janela, olhando as gotas caírem, na expectativa de por trás daquelas densas nuvens cinzas, nascer um raio de Sol, e por mais clichê que possa parecer, voltar a escutar os passarinhos que tanto odiei que cantessem na minha janela, me acordando assim todas as manhãs.

Trinta dias sem claridade. Trinta dias de pura solidão doméstica.

Tenho tudo o que preciso aqui dentro, mas mesmo assim, não é o suficiente. Lembro-me do último dia de Sol, quando voltava para casa feliz, com todas as compras que precisaria durante um mês, parecia que advinhava a tormenta que se aproximava no horizonte não mais tão distante.

Nunca mais saí. Não tenho coragem, as coisas que tenho aqui comigo são no momento tudo o que importa, não quero mais nada. Na verdade melhor agora do que quando havia Sol, quando eu tinha de sair de casa e encarar tudo o que desgosto com um sorriso estampado desbotado, com ar de falsa realização.

Alguém chegou. Não vejo ninguém nas ruas fazem, brincando, uns quinze dias. Nem animais, nem carros, uma quinzena de vida para a cidade fantasma dos ilhados. Porque agora surge alguém à minha porta? Logo na minha. Pode ser alguém precisando de ajuda, porque eu tenho tudo o que preciso e nem pedi socorro. Não queria sair da minha janela, gosto da minha visão da enxurrada levando tudo consigo sem piedade. Quem será?

Deve estar apressada ou com muito medo, pois não para de bater. Não sei onde estão as chaves, são trinta dias que não abro a porta. Porque ela não se acalma, já estou chegando.

Porquê?

Porque, estaria em frente a minha casa uma mulher, com um belo sorriso, como se fosse o dia mais bonito do ano, com um guarda chuva aberto para ela e oferecendo outro guarda chuva ainda fechado para mim.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Pá De Palitos

Ontem lembrei-me da brincadeira dos palitos de dentes que formam uma pá de lixo onde o objetivo é mover apenas dois palitos e mudar a pá de posição. Eu ainda lembro como faz para mudar a pá de posição, nunca esqueci o truque.

Ao prestar atenção neste jogo, percebi que há mais coisas nisto do que uma brincadeira. Certos momentos da sua vida, certos relacionamentos, problemas ou qualquer coisa mais que você viva ou já viveu pode ser relacionado com o jogo da pá.

Você pode demorar para perceber o quanto o problema é simples, mas depois que descobre, sempre será resolvido do mesmo jeito. Entretanto o grande problema disto, é que por mais que você mude algo de lugar ele nunca vai deixar de ser o que é. Uma pá de lixo será sempre uma pá; um problema será sempre um problema até que ele esteja resolvido, mudá-lo de lugar não irá ajudar em nada.