terça-feira, 17 de outubro de 2017

Caí

Com as mãos no chão olhei para cima sem ainda entender o que havia acontecido.

Sentei, olhei passar a vida e precisei levantar ainda sem forças. 

O caos, o dinheiro, as angústia e dificuldades da vida com prédios altos e esmagadores. 

A cidade, a poluição, as ruas cinzas e apáticas.

É preciso fazer dinheiro. 

É preciso fazer dinheiro e ser feliz, mas dinheiro não traz felicidade. 

É difícil fazer dinheiro e ser feliz.

Levanto ainda sem forças, não sei nem se quero reagir, na verdade to pensando apenas em seguir. 

Seguir como sempre fiz, calado, absorvendo o aprendizado lentamente. 

Pensando minuciosamente, querendo desistir, mas sabendo que essa é a única não-opção. 

Primavera e enfim verão. 

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Pernada

Corpos marchando sonolentos com
cérebros vazios e ainda melancólicos sob a bruma matinal de inverno
após uma semana de chuva.

A desolação dos passos do ganha pão em pensamentos
nostálgicos  sobre ser feliz.

Esquinas silenciosas perfumadas por tabaco cancerígeno e cafés apressados que
queimam a línguas e mancham ternos.

Anjos com cara de palhaços sobrevoam as almas perdidas da
grande avenida em busca de qualquer atenção.

Grupos de Hare Krishnas desacreditados acendem seus cigarros em busca do uno primordial.

Estudantes lascivos sentam-se
nas grandes escadas para flertar e matar aula.

Jovens de cabelos lisos e sorrisos brancos falam ao mesmo tempo
e sobre nada.

Correndo e fugindo apresso o passo desviando de gravatas e 'happy hours' mentirosos
com colegas da repartição que você aprende a tolerar e a mentir sem pensar.

Digito a senha como o prisioneiro que conhece
o código da própria jaula na cidade e após
quatro lances de escada para o mais próximo
do paraíso nos dias longos e cinzas e impessoais.

O imaculado sagrado apartamento com um altar de paz e refúgio
onde as energias são recarregadas a fé na humanidade é momentaneamente deixada de lado
para reconhecer o cheiro e as cores a fumaça e a poeira.

Enfim em casa.

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Naquela Grama

Com a visão de árvores rendadas,
Vitrais de galhos e folhas,
Não fui nem passado nem futuro,
Era ali o presente,
A paz do existir apenas no agora.

Esvaziei-me de pensamentos e de sensações, 
Fui apenas uma consciência ou até minha própria ausência.
Não obtive nem perguntas tão pouco respostas.

Fui paz e serenidade, 
Fui natureza,

Eu fui apenas o instante.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Percussa

Processo de descoberta
Poética estética sexual
Da cor no tom na dor

terça-feira, 14 de março de 2017

Seguindo

A ansiedade dos anos que se passam de um tempo que nunca é presente nem futuro,
A cor da idade cinzenta, dos anseios que surgem,
Digo enfim:
- Segue teu coração.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Na Varanda

Contei desde a primeira vez,
Eu duvidei, sem nem saber falei de tudo que não sei,
E das coisas que esqueci em você.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Ano Novo

Quero viver de chinelo e amor.