sábado, 11 de dezembro de 2010

Dois Gumes

O que aconteceu? As oito horas a cama já estava vazia.
Eu não sei o porque.
Eu achei que aquela noite tinha sido especial para nossas almas.
Mas eu percebi que você me enganou.
Porque então levar me fumo e os discos que eu comprei,
mas deixar a vitrola?

É pra ficar na solidão.
E apesar de tudo isso é que eu te amo.
Eu não podia te amar
E não saber do que realmente gosto.
Tenho tanta sede e no mundo há muitos rios.

Desculpa amor,
Eu precisei me adorar pela primeira vez,
Pensando em mim, fazendo à mim.
Perdão amor,
Deixei a cama fria, o lençol amarrotado,
E o perfume na sua roupa de trabalho.
Entenda amor,
Que eu não pensei em mim, nem em você,
Apenas existem coisas quem tem de ser fazer.

Destruir o coração, é uma delas.
Mas porque tinha que ser o meu?
Porque você foi egoísta, prepotente,
Me conquistou na arrogância.

Eu não sei, me desculpe...

Cala a boca.

Mas eu...

Cala a boca.

Eu não terminei, você sim,
Mas agora eu vou meter o dedo até sangrar.

Porque você mente sempre assim? Olhos nos olhos.

Eu te amo.

Mentira.

É mentira.

domingo, 28 de novembro de 2010

Concha

Branca dos dias de Sol,
Que castiga as tardes,
Que toca o alto da cabeça, porém
Menos quente que as saudades.

Das mãos macias,
Que arranham sem ferir,
Que fazem do amor
A mais dolorosa forma de sentir.

Só quero o silêncio,
As jovens manhãs à nascer,
E o amanhã confirmado.

O contraste das peles,
O beijo infinito,
É tudo o que quero.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Momentos

Lembro do primeiro adeus, a primeira briga, aquela maldita e besta primeira discussão, consigo visualizar perfeitamente quando o respeito se foi, consigo sentir aquele minuto em que a paixão se esvaiu, quando o amor gritou por reforços, quando os corpos já eram frios, quando a libido era impessoal, quando a luxúria virou egoísmo. Sem grande esforço faz-me claro os momentos de tristeza que tivemos...

Mas a parte isso, você foi o grande amor da minha vida.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Acabaram-se

Nota: Faz tanto tempo que já não me lembro do meu último real relato. E ainda destaco cada vez mais meu amor por Vinicius que em todas as suas fases sempre consegue formular palavras que acalentam meu coração nos dias de crises de amor ou em desesperos existenciais.

Me peguei dentro de um ônibus lendo o primeiro livro da poesia de Vinicius datado de 1933, fase esta que é oposta ao Vinicius "Bossa Nova" de Moraes e dentro outros acontecimentos deste mesmo dia, pela tarde estava absorto em crises existenciais sobre o caminho certo, o jeito certo de fazer as coisas, se eu teria o grande direito de me divertir tanto e supostamente produzir tão pouco dentre outras crises do ser. Entretanto, foi que de dentro de "O Caminho Para A Distância" livro onde estão os seus primeiros poemas (publicados), eis que surge um assim:

"Será que cheguei ao fim de todos os caminhos
E só resta a possibilidade de permanecer?
Será a verdade um incentivo à caminhada
Ou será a própria caminhada?"

E se a verdade for a caminhada? Isso faz com a verdade para mim seja tão impalpável quanto o vento, se ela é o caminho, ela nunca vai acabar, ela não será nunca algo, então não vai existir verdade e se não houver uma verdade, se ela for um "para sempre buscar", a mentira então não existirá. O que existe é o mundo em que vivemos, se o verbo for pronunciado ele já não existe? Uma mentira dita não é uma verdade? Este maniqueísmo é sem razão.

Lembro me de algo que escutei:

"Se uma árvore cai no meio da floresta e ninguém está por perto para escutar, ela faz barulho?"

Incrivelmente na minha cabeça fica claro a não existência de uma grande verdade ou uma grande mentira. O mundo existe e isso é fato. Mas e se não houver caminho a seguir? Se apenas resta permanecer? Seguir uma "verdade" e viver de mentira? Ou viver de verdade para evitar uma mentira?

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Primeira Primavera

As vezes o 'porquê' de fazer algo é o simples fato de haver um "por que não fazer?". 

Entender que nem sempre a falta está relacionada com a busca. Afinal, quantas buscas por coisas que sabemos e até temos não foram empreendidas para simples satisfação do ego ou apenas mais uma linha do livro destinal de todos nós, onde é necessário ganhar aqui, perder ali e por pior que seja ficar mesmo no zero a zero.

Não se separa amor da dor.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Fato, Fatal, Fatídico

O choro e o soluço ao ombro do amigo.

Os passos na esquina sem direção.

O rosto sepultado no travesseiro.

Onde o lenço já está à mão da lágrima.

A ilusão de se amar é dolorosa mesmo em amores fadados ao fracasso.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Ar Que Inspiro

Você é a minha desilusão,
Aquela que eu criei quando você,
Surgiu, chegou, beijou, e pra quê?
Para partir comigo ao chão.

Me abracei a você para criar
Um mundo novo de amores,
Poderia quem quer que fosse amar,
E usar o amor para escrever dores.

Nesta desilusão forçada,
Sofro para ser feliz,
Ter a alegre tristeza de trocar de amada.

Mas na verdade, queria te deixar,
Voltar a ser aprendiz,
E não ter vontade de mais nada matar.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Retrato

Queria ter a crença no amanhã.
A esperança do novo dia salvador.
Do nascer repleto de luzes e flores,
E do ontem, apenas o escarro.

Acreditar no Sol trazendo o fim da tormenta,
Na foto escondida o fim do amor,
Quando todo dia me controlo para não te achar,
Sabendo que sempre chove no fim dos amores.

Queria acreditar nos lençóis arrumados,
Mas todo dia sei que os bagunço,
Para acreditar que você voltou.

Queria não acreditar nesse amor,
Que só me deixa sentado,
Nem machuca nem faz feliz.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Barcas Saudades/Anônimas

Na separação o acordo foi:
De um lado o Sol
Do outro lado a Lua
E no meio a centopéia de conluio.

Ao fim do dia,
As montanhas protegem o Sol
As luzes da cidade a Lua
Ficam as estrelas em solidão que angustia.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Declaro-me Seu

A mortalidade das mulheres, a sua fragilidade real que é a morte, fica à mostra quando seus corpos nus se apresentam. Por isso desejo tanto te amar agora, quero viver o maior dos amores hoje, não vais estar sempre aqui, então eu quero te amar tanto no agora. Não quero te amar tão rápido, só não vou ceder um segundo sequer ao ócio amoroso, ao comodismo, quero ter-te agora com todo o amor do meu peito e a cada dia que chegar, amanhã, depois e depois, vou te amar como o hoje. Por mais juras que façamos, você não vai estar a vida toda comigo, pois ambos sabemos de nossa frágil existência, e a vida toda mortal não é o suficiente para o nosso amor, então não percamos tempo, vamos nos amar com tudo a partir de agora.

domingo, 1 de agosto de 2010

Aryela

Consigo esquadrinhar cada traço,
O vestido branco, o sorriso, o abraço,
Em uma estrada abandonada,
Você era minha completa amada.

Três vezes você entrou e saiu,
Do mesmo e de outros sonhos.
Seus braços ao meu pescoço,
Sua cintura em minhas mãos.

Já perco a forma, o estilo, a métrica,
E caindo em uma apnéia de paixão,
Procuro apenas entender o porquê,
Seu nome teima em rimar com bela.

Frio na barriga em sonho,
Das sensações nunca senti um abraço onírico,
Um rubor por um dormente amor.

Acordar foi o fim.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sol Hârmonico Amarelo

No despertar, a visão não era turva, os olhos claramente enxergavam o que desejavam. O amor era puro, os sentimentos diretos sem desvios, o coração foi doado na íntegra.

"Eu te amo.."
[...]
"É sério mesmo...?"
"É....   "

Mas o amor nem sempre salva todas as relações, mesmo porque o excesso de amor pode ser o causador da distância entre o amado e amante. Um fim transforma todo mundo. O amor, a pureza, o excesso, se torna frieza, a armadura daqueles que já sofreram por amor. O medo de doar, de ser alguém que vai sofrer...novamente. Sem saber que a dor do amor nunca cessa, apenas apazigua. 

Um pedido ao entardecer:

"Sabe tocar esta música?"

Mesmo sem saber tocar a música, a partir daquele momento e nos anos que se seguiram, foram expostos sentimentos, confissões, lágrimas, músicas, esquinas, conversas, poemas e um amor que nunca se formou como um dia sonhado. Não há dor ou sofrimento, há um amor tão verdadeiro que até uma distância física e pontual jamais mudará a torcida por uma felicidade maior.

"Você é minha primeira mulher...de verdade..."

Naquela noite com você eu aprendi o que é um relacionamento. Neste pouco mais de um ano nós fomos um sonho vivo de uma felicidade única e poucos me decifram hoje como você, sabem identificar na menor entonação a felicidade ou o desprezo. Do grande amor real para uma amizade que sobrevive com respeito e uma verdade que poucos ex's possuem. Saí da ilusão de um amor de menino, para com você crescer. Com você o amor voltou na realidade, a frieza foi embora, o peito se abriu e se hoje ainda me mantenho assim aprendi com você.

No meio de tantos outros amores, amei a Lua. A minha Lua de todas as madrugadas, de inspiração diária, da felicidade gratuita, que eu sabia que não era apenas mais um amor das esquinas. Eu estava indo além novamente. A dor de não conseguir ser seu agora não mais teve como resposta a frieza, a compreensão que tudo são escolhas entre duas pessoas, fizeram a tristeza do amor ser entendida como longe de ser a última e não tão dolorosa quanto a primeira.

Após o amanhecer, a tarde, a noite e a madrugada, nasce outro dia. E neste novo amanhecer, entre cores lisérgicas, você surge.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Devaneios Urbanos

Entendo que cada vez mais, com efeito, a distância entre o que somos e o que um dia pretendíamos ser é maior, então vejo que o egoísmo chega a ser uma questão de amor próprio. E acabo em conclusão fatídica, que se há diferença entre a situação do amante para o amado, amar mais o sentimento que o objeto é apenas uma questão de perspectiva.

Eu gosto de me declarar, de viver um amor eterno. Ainda que os personagens mudem, o amor é estático. Gosto de me declarar, gosta de dar amor, de fazer a pessoa se sentir amada e sem brincar com os seus sentimentos, pois com efeito, digo a verdade, gosto de elogiar e todas as belezas merecem ser amadas, egos precisam de massageados e é fato, que todos têm belezas a serem elogiadas.

Quando os amores acabam, as paixões cessam, o amor não vira ódio, nem raiva, porque é impossível esta mutação de amor em ódio, o que acontece é o desamor e enquanto o amor não vira desamor, as paixões podem ser reconstruídas, vividas.

No momento em que não temos o amor da nossa vida, ele é paixão incessante, luz intermitente, vontade de ser feliz, é objeto razão e justificativa da tristeza e suposta resposta para uma vida melhor. Não existem falhas, contudo, ao ato da conquista se segue a humanização do ser perfeito e amado, defeitos, erros, desencontros. Os amores por maiores, salvadores e eternos, sempre serão amores terrestres, humanos e defeituosos.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Esquinas

Ainda encontro, mesmo sem conhecer,
Aquela que me faz perder o passo
Trocar o degrau,
Olhar para trás.

Ainda me apaixono nos semáforos,
Nos bondes, nas vias.

Confesso ser admirador de mãos de mulheres,
Com traço fortes, sem maciez juvenil,
Sem descaso com as unhas.

Nada me doí mais que mãos calejadas por unhas roídas.

Fatalmente ainda sou atraído com total exorcismo de posse sexual.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Dez Cadeiras

Negros e volúpios cachos pesados,
Emolduram a pele morena brasil,
Com olhos de sutil brilho castanho e,
Nariz em contorno faceiro.

Em perfil renascentista,
Com roupas primaveris suaves,
Um semi sorriso de poucos dentes e,
Cachos enrolados pendendo aos ombros.

Os olhos não se cruzam,
As peles não se tocam,
As belezas não se alteram.

Os defeitos habitam a distância entre o real e o imaginário.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A vida, o fim, o começo, a morte.

Não compreendo porque sempre o mesmo rebuliço sobre o fim. A morte faz parte da vida. Não é, e nunca será, contra ponto da vida. A morte é parte construtiva do processo de viver. Em termos mais amplos, tudo tem um começo e em breve um fim, entende-se em breve como algo que vai acontecer eventualmente. Embora todo mundo saiba disso, ou tenha uma pequena noção acerca disto, o fim nunca é encarado como algo normal, e não digo isso com o tom de que, "ah, acabou, que bom!" ou "acabou? é, um dia acaba mesmo..", mas a questão que me remete os pensamentos, é o problema de achar que é algo demais e freqüentemente ligado ao erro. Não era pra ter sido ou coisas assim são as soluções, todavia vejo melhor como se tudo tivesse que ser vivido do jeito que é, inúmeros outras pessoas já disseram isso, e outra infinidade de pessoas já concordaram e repetiram as mesmas constatações: "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena" ou "Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure", mas sempre as coisas não podem ser vividas deste, ou daquele jeito, senão é desperdício, um erro, e eu não concordo, acho que as coisas não vêm com data de validade, tão pouco tenha carência, onde só pode vir a dar errado depois de tanto tempo de uso. Vejo que pensar como um erro, um desperdício é não ver as coisas boas, e sempre existem coisas boas, senão, não havia começado. Vejo que olhar com este pessimismo faz com que tudo perca a graça e a troca que existiu. As coisas acabam, as luzes se apagam, mesmo assim o brilho nunca é efêmero.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Psique

O outro nasce quando o Eu se identifica a primeira vez frente ao espelho, e assim nasce a dimensão do imaginário. A formação do Eu está estritamente ligada ao reconhecimento de si, como parte integrante do mundo, não com um desdobramento do mesmo. O Eu ao se olhar no espelho se reconhece, todavia sabe que não é aquela imagem, porém se reconhece ali, naquele momento. O Outro é a imagem do Eu, a representação do Eu, por isso, o Eu se forma no outro, se reconhece e vê que não é o outro, não é aquela imagem.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Penso

Apesar de perceber que a intelectualidade no Brasil acabou, pois aqui, morando no Rio de Janeiro, passeando pelo posto 9, através da praça General Osório, caminhado na Nascimento Silva 107, cruzando a Prudente de Moraes com a Montenegro (seu verdadeiro nome, e não Vinicius de Moraes, desculpe poeta, não queríamos que passassem carros, e pisassem em você), eu não vejo, onde 60 anos atrás, estariam passeando ao seu lado, na padaria: Vinicius, Tom, Rubem, Manuel, dentre tantos, e hoje? Quem são os intelectuais do Brasil? Os ainda vivos remanescentes deste período? Nas unidades acadêmicas, em pesquisas que apenas importam a quem vive neste meio? Pois que me desculpem as pessoas que fazem muito neste sentido no Brasil, mas o movimento intelectual acabou, e tá certo, acredito que não por culpa dos que pensam, e mais por um governo/sociedade, que é imediatista, onde não temos tempo pra pensar, sempre tendo que agir, resultados, lucros, velocidade, eficácia, e a função de pensar se torna coisa de bicho grilo, maluco, vagabundo, "e fulano? vai passar fome!", pois é, pensar não é muito bom não, não dá lucros; o meu coração toma conta da cabeça querendo saber se egoísmo tem a ver com gostar de si mesmo? 

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sistemática Do Amor De Poeta

Gosto tanto de gostar, que ás vezes acho que eu amo mais o sentimento. Gosto de ser a palavra que acalenta, a mão que segura, o abraço que aperta, e não que haja uma desgosto pela pessoa, mas o sentimento pelo amor é maior que por qualquer sujeito.

Quando ela entra no meu jogo preciso que ela me tire da inércia, que machuque meu consciente, cegue meus olhos e me faça andar tonto. Preciso que ela me faça derrapar no eixo do meu, até então, suposto plano perfeito.

Só decido que sempre vale a pena tentar. O amor sempre vale a pena. Se der errado eu sei que existe mais amor em mim que amores no mundo, e se os amores não forem atrativos, existe os 'quase amores', as pessoas que precisam de qualquer amor. É um sistema de relacionamentos, onde existe o amor, os amores, os amadores, que entende-se como aqueles que amam em vez de serem amados, e por fim os 'quase amores', que serão sempre aqueles que escutam: "mas você é tão bonito; você é uma pessoa boa, vai achar alguém que vai te dar valor". 

Entre os amadores estão os que amam os amores, e os que amam o amor. Os que amam o amor, são doadores universais que vão sempre amar aqueles que precisam de amor, mas com a esperança de que quando o amor for retribuído, pois é certeza entre este grupo que eles se arriscam, algumas das vezes o amor pode não ser retribuído, ou seja, a jornada tem um prévio fim, mas faz parte destes arriscarem isso sem medo, eles esperam encontrar a musa que vai lhes tirar do eixo, que vai lhes fazer entrar em curto.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Encaro

Sabe aquela dor? A do amor.
Aquela que vicía? A de tatuagem.

Esta que me toma, que consome.
Como poderei amar com tanta dor que não me chega?

Como amar sem a dor de tentar?
O martírio antes do beijo sufocado?

Sufocado pela razão,
Anseia o momento: a paixão.

Já não quero ir,
Vou viver com recalque sem fingir.

Senão for hoje ou amanhã,
Mas os dedos vão perder vergonha,

Encarar o amor até o fim do pudor.
Ter a dor com a certeza do amor.

E só pra mim:
Je vais vous essayez

terça-feira, 13 de abril de 2010

Declaro

A cada dez minutos com você, são dez minutos que se passam para algo muito maior. São dez minutos que se passam de angústia em busca de um desejo maior. Um desejo de estar com você como um total, a busca de alívio no peito, de ter você mais do dez minutos, mais que dez por cento, mais do que sete dias da semana, mais que 24 horas por dia.

A cada abraço, a vontade de me desfazer em moléculas e me unir a você, em não ter que me afastar, em não ter que evitar sua mão, evitar sua boca, evitar me perder no seu perfume, em não me deixar levar pelo momento que paralisa e que quero tudo se dane, porque é isso que quero, que o resto se dane e eu possa ficar com você.

Que os abraços não terminem, que o perfume me embriague, que o sorriso me ofusque, que as mãos sejam magnéticas, mas que tudo isso venha após os dez minutos; pois que eles virem vinte, trinta, dias, noites.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Só o Começo

O que se passa com as borboletas?
Porque o rebuliço? Porque tanto juízo?

Vamos nos perder no traço dos dedos,
Nos braços dados, nos abraços negados.

O paradoxo do amor:
O frio da barriga aquece o coração.

A lua, a chave, a tela, a cor, o amor, as canções.
Ora que se vá todas as inibições;

Que seja celebrado a dança,
Que venha o beijo no olho,
A faísca do olhar,
E que a próxima desculpa seja por te querer demais.

domingo, 11 de abril de 2010

De Manhã

No momento. No dia. Na hora. 
Sempre cheio de marcações temporais. 

Pensar em si é egoísmo? Para ser feliz tem que ser egoísta?
Onde o egoísmo e a felicidade se cruzam?

A complexidade humana e seus anseios sentimentais, fazem os olhos se perderem, as mãos se encontrarem, os sorrisos fugirem, mas a cabeça nunca esquecer. Tão cheia de você, tão em você, que vislumbro em cada olhar, mão ou sorriso.


quarta-feira, 7 de abril de 2010

Querer

Não consigo separar as saudades que sinto da razão que escorre do peito.
Se a razão tende a ir embora ela só pode ir através do coração,
O caminho mais rápido quando as saudades que não deveriam já estão.

Eu não poderia dizer, mas também não pedi para ser o eleito,
Quando eu tento fingir uma naturalidade forçada,
Digo para o espelho que você não pode ser por mim amada.

Escutar as canções do estado passado,
Fazem sonhar com o amor,
Não fechar os olhos por pecado.

Assim os olhos se perdem após se encontrar,
O abraço é vindo de um velho motor,
Em vontades sem poder acreditar.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Impróprio

Quando as águas já cobrem os pés,
A roupa ensopada já causa calafrios,
O cais que me parece seguro não deveria ser,
O porto não é seguro para mim, mas a insônia é maior.

O barco segue cego rumo à terra,
Invadindo terrenos irregulares,
Que engolem minha calma,
E fazem os animais despertarem em meu peito.

Olhos abertos em escuridão total,
Em contornos desejados,
Em devaneios neuróticos.

Não sei se é de todo mal,
Ter desejos filtrados,
Por sentimento impróprios.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Belém

Já me perdi no comércio e seu alvoroço
Flutuando entre milhares na Frutuoso.
Onde tem Paris na América,
Mesmo quando chove manga.

Tem uma razão irracional,
Uma cidade velha pra oito cidades novas.
Minha Macondo tropical,
Das revoluções semestrais.

Do Theatro da Paz,
No largo da Pólvora.

A Avenida Nsa.Srª. de Nazaré,
De repente vira Sr. Magalhães Barata.

Verão o ano inteiro,
Com chuva e sem chuva.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Oliva

Estavam ali, na minha diagonal esquerda. Sentada ali na fila de espera da repartição, o tempo não passava.

No primeiro olhar eu me perdi, quando refleti sobre eles surgiram casas na praia, vidas conjugais, empregos, filhos, amores, vidas.

Tão leves, suaves e cheios de volúpia que só eles poderiam ter. E ainda mais quando tantos anos se passaram e somente agora os vi, o que fez com que o interesse e a ficção aumentassem.

Que belos pares de tornozelos! Como tão discretos, todavia tão fundamentais são os tornozelos, lindos, finos, bem feitos, de pele suave.

Em um cruzar de pernas, as pernas levam seus pensamentos para o lado sensual, fazem você entrar em um conto erótico, mas os tornozelos são pura bossa nova.

De forma faceira, te seduzem não querendo te ter, fazem você acreditar em sua inocência mesmo sendo eles os responsáveis por tal hipnose.

São íntimos, pequenos, complexos, de difícil compreensão, mas de fácil apreciação. Assim são os bons tornozelos.

Como quero uma casa na praia, empregos, vidas conjugais, filhos, amores e belos tornozelos!

sábado, 6 de março de 2010

Morena

Eu vi a morena sambar.
Não há nada mais belo quando ela samba.

A morena samba.
Quando ela fingi que vai,
Que vem.

Quando ela vai, eu nem vi,
Quando vi, ela já foi.

Eu vi a morena sambar.
Eu vi a morena balançar.

Ela entra e sai de ti.
Ela fingi amor, carinho,
Mas ela só quer sambar.

Roda, roda, balança.
Vem, vai, adeus!

A morena só quer sambar,
Ela só quer balançar.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Artesão

Feito de barro,
por dentro sou oco.
Fui posto de lado
ao esticar de um braço,
sem ao menos saber que você estava ali...


Chega de moleza
a Sra. já chegô!
Vamos até a freguesa, que ela tá com pressa,
pegue a parte que te falta.
Ai que tu te enganas:
com ou sem eu sou eu,
apenas vou demorar para entender o que fazer.


Deixe de frescura,
você sem ela não é nada,
tampa sem panela, vice versa
sem utilidade.
Pode me levar
eu garanto o sucesso.
Essa promessa que eu faço
é pra mim e para ela.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Lenço

Olhos coçam na saudade que bate.
Quando lavam, também levam.

As lágrimas, as águas, as memórias.

Escorrem pelo rosto.
Tocam o canto.

Da boca, do peito, da alma.

São interrompidas.
Voltam ao enxuto.

Da memória, do sorriso, do lenço.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Volver

Sinto o colchão ainda quente,
Amarrotado, mas ainda vazio.

Tenho você em minha mente,
Sem rosto, embaçado, tardio.

Nas noites de minhas tormentas,
Os pensamentos pontiagudos vivem
Nas encostas da razão,
Inibindo supostas vontades e anseios.

À quem hei de partir,
Se tu não não estás aqui?

Como descrever o branco mental?

Volto a dedicar à tristeza real.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Lança

Quarta feira de cinzas,
No salão: vidros, cacos, restos e rostos.
Clóvis melindroso, escorrendo na face.
Dois anos depois, no mesmo carnaval.

Sozinho no meio do salão,
Na chuva que cai ao redor,
Os passos molhados no chão.

No mesmo lugar onde tudo começou,
O amor e a paixão, não eram personificados,

Amava os sentimentos, mas não existiam donos.

Setecentos e trinta dias.

Amor. Dor. Cor. Amo. Ao. A? O?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Lugar Comum

Se Belém é Macondo, eu quero ir para Passárgada, mesmo não sendo amigo do Rei. Se um dia fui Buendía, agora quero ser como o cigano Melquiades. A chuva que castiga a cidade já não me atraí como antes; para alcançar um sonho tem que se ter coragem e estar disposto a sofrer com os demônios do pensamento do "se".

sábado, 30 de janeiro de 2010

Bancos e Vinhos

Com carinho em homenagem ao grande, maior que imagina, Leandro, lê, bender, zé carioca, zé, companheiro, amigo, artista, onírico, respira, vive, merece, desce, cresce, que as tardes da boêmia, que ele tanto defende a existência, se prolonguem até mais infinito, que seja e deixe de ser, pois ela não precisa ser para estar lá, ela existe em cada um quando merece estar; para você meu querido.


O desapego do amor na rua,
Acontece comigo, com você,
E o sincero amigo com o porque,
"Amigo, ela não é mais tua".

"Respire"

.     .      .      .       ...........................                                 .            .


Perfeito

Defeito

Efeito

Feito

Eita

Ita



À

Á

A

.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Vontade

A vontade tem que ser realizada antes de ser pensada. Pois ao pensar em fazer, ela já muda e já não é mais pura como deveria ser, se feita antes do pensar.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Eu Insisto

Do que adianta olhos cheios de perdão, se na fotografia eles são só papel.
Juras de amor, que na verdade, são palavras escritas e não ditas.

O que adianta acreditar no amor, e querer que ele seja tangível.
Não se toca em sentimentos, eles te tocam, e você toca o amado.

Deixar a alma com fome, alimentar uma realidade sem cor.
Assim fica o amor de fronte à vida real.

Ele tem que tirar o pé do chão, torcer para sempre,
Viver no sufoco, no bocejar cheio de borboletas!

No embrulho estomacal, nas lágrimas egoístas.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Conta Comigo

Eu queria você,
Mas não posso ter,
Porque um alguém,
Tirou minha vez.

E agora não sei,
O que eu posso fazer,
Para poder chegar em você.

O que me deixa com raiva,
Me tira a razão,
É saber que ele,
Não quer sua paixão.

Não vai te amar,
Só vai te usar,
E eu sei que depois ele vai te largar.

Mesmo que eu fique sem você,
Que eu não possa te ter,
Eu só quero que você fique feliz.

Conta comigo, minha paixão
E você não vai sofrer nenhum arranhão.

Nos momento difíceis, de decepção,
Conta comigo, minha paixão.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Dona Leda

Ninguém entende o meu amor por você,
Nas tardes, nas madrugadas, nos dias além.
Tentam separar, tentam mudar,
Você e eu somos adição elevados à potência do bem,
Mas ninguém entende.

Nosso amor muitas vezes não é possível,
Contudo eu faço a situação,
Já separaram uma, duas, três, quatro,
E eu vou sempre estar com você,
Mas ninguém entende.

Inquisitor, entenda,
Eu e ela somos um só nos dias de Sol,
Somos unidade nos dias de Lua,
Somos a paz, a criatividade, a paixão, a loucura,
A vida, a tristeza e a cura.

Eu te amo e ninguém entende.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dois Patinhos

Cansado de escrever textos onde sempre começo "eu não sei ao certo..."; "não tenho certeza"; afinal de contas hoje completo 22 anos de idade, e será que eu não tenho certeza do que eu sou, ou já fiz e aprendi? Claro que sim!

Já chorei, e fiz pessoas chorarem, mesmo algumas que não mereciam, todavia hoje faço o possível para não magoar ninguém! Amei, fui amado e desprezei amor dos outros, a vida é feita de escolhas, e infelizmente, nem todas podem ser boas para todos.

Já tive amigos que se foram com a distância, amigos que não estão juntos pela distância, amigos que se foram com a distância de objetivos, e hoje tenho amigos valiosos, daqueles que me orgulho de abraça e beijar, dizer te amo, e os considerar como irmãos, agradeço o poder de saber quem é ou não é meu amigo.

Tive amores de verdade, dos anos ao lado, das promessas quebradas; tive amores nunca beijados, mas muito amados, em um parecer de amor eterno que até hoje não tenho conclusão. Não espero, vivo e amo. A cada esquina, a cada volta, a cada pôr do Sol.

Sei onde posso ir, tenho discernimento do que é certo e errado, e muitas vezes sei que estou fazendo o errado, entretanto o escolher compete à mim, e o que será melhor à mim. 

Vivo e faço das minhas experiências grandes bases da  construção de um novo ser a cada dia. Sei de minhas qualidades e defeitos, e admiro os amigos que conseguem estar comigo cientes de tudo isso, que eu erro, vou errar, mas também acerto!

Nestes anos que me restam desta linha natural do viver, eu agradeço às pessoas que estão comigo, desde os dias da lama até o caminho para a distância de uma vida ideal.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Data Certa

Ele sabe que ela é especial...

"Agente vive nossas vidas do jeito que tem que ser, vai vivendo...". Ele dizia sabendo que aquele momento talvez não fosse o seu momento, apesar de serem planos para sua vida. "...se você naõ tiver com ninguém aos 27 anos, nem eu, agente marca um lugar agora que agente vai se encontrar daqui a estes seis anos...tipo na pirâmide do Louvre, na factory do Andy Warhol"


Consigo ainda arrancar sentimentos e palavras de aprovação quanto ao plano. E como se não estivesse em uma situação ótima, com extremo contentamento, ela me mostra como os astros conspiram à favor, "olha a descrição da combinação: Atração total entre estes dois signos cardinais -de mesmo modo, portanto-, que estão interessados em movimentar-se e agir no mundo. Capricórnio quer realizar no plano concreto o que Áries intui e com o que se satisfaz no plano do espírito. Isso pode causar tensões e dinamizar a relação, a qual poderá se aprofundar e crescer. Os dois sabem ser românticos e leais. A segurança emocional que os dois signos encontram um no outro é um desses mistérios da alquimia astrológica."


Como em um romance moderno traçariam planos e datas, para que no fim das contas um lugar, data e horário fossem escolhidos, onde daqui a seis anos tudo desse certo. A soma dos aniversários formou a data: 29 de Abril de 2016. A hora fora escolhida devido a sermos grandes apreciadores das noites quentes de Belém, 23 horas, horário das tantas farras já presenciadas, e o local foi a frente de um antigo casarão, onde noites aos montes foram passadas ali, acordados, bebendo, rindo, vivendo acima de tudo.


E assim ficou acordado, que daqui a seis anos, vamos nos reencontrar, e a partir daí uma nova fase será iniciada. E 2012 que se exploda sozinho, pois eu ainda quero viver!