domingo, 16 de dezembro de 2012

Pensante

Exatamente entre o medo e a coragem.
Uma verdade, que mente.
Um broxa com tesão. (razão)

Entre a libertinagem e a caretice.
Entre a água e a vodka.
O papel e a pedra.

(H)Á tesoura?

Tão pequeno e ínfimo,
tão fugaz e vulgar,
um ser tão medíocre quanto minusculo neste universo em expansão, carregando perguntas demais, dúvidas demais e quase nenhuma resposta.

Pensar.

I
 M
    A
        G
            I
                N
                    A
                        R

Sem dúvida o maior fardo da existência.

domingo, 25 de novembro de 2012

Um Passeio

Se deliciando em cores feitas de dores.
Deitado em nuvens de fumaça.
Assim serão meus amores,
como uma boa e velha baforada.

Em um tapete voador,
Me embrulho em uma colcha de arte,
Vejo meus pés incolor,
Enquanto seguimos pra Marte.

Tire as luvas das minhas mãos,
Devolva o foco dos meus olhos,

- Por favor, uma coca gelada.



domingo, 15 de julho de 2012

Infantil, Ardil.


No frio. Tenso. Teso. Egoísta.

O diamante enfim se partiu.
As nuvens enfim se acinzentaram.

Sem desculpas. Sem mais erros.
Sem perdão no coração.

A soma das mágoas desaguam em um lavar mãos.
Você, enfim, deixou de ser o que era.

Abrir mão. Impossível amar.
Cansei, a última gota foi derramada.

E me arrependendo.
Das lágrimas, das desculpas, dos perdidos.

Incapaz de amar. Só ama a si mesmo.
Agora, eu não pretendo mais intervir nessa relação unilateral.

Sem palavras. Se quiser conquiste.
Porque começou a desaguar a indiferença.

O diamante não brilha mais sob meus olhos.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Que Engano

Hoje eu me engasguei com ódio,
E ceguei-me com sangue.

Naquele dia perdi a vontade, a alegria, a necessidade.

Fazer pra que?

Dar e receber, ceder, dever,
Mentiras verdadeiras.

Mentiras no calor.
Palavras fracas,
Mentiras para acalentar o coração,
Mas sem amor.

Hoje eu perdi um pedaço,
Irreversivelmente mutilado sigo.

Mas as coisas mudaram,
Mutilado, fraco, sem acreditar....

Então,
As coisas mudaram.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Nietzsche Daily Show

Há muito que tomei para mim a estética nietzschiana sobre o que considero arte - certo de que o que considero ou deixo de considerar, não atestam algum valor.

Nietzsche define a arte através daquilo que ele chama de “impulsos artísticos da natureza” definidos como duas faculdades fundamentais do homem: a imaginação figurativa, ligada às aparências, ao plástico e aquilo que exprime toda a exaltação emocional, os absurdos de existir e seus excessos: o apolíneo e o dionisíaco. Tais conceitos nasceram do estudo da tragédia grega. O “Apolíneo e dionisíaco são impulsos artísticos que emergem do seio na natureza independente da intermediação do artista”.

EKSTASIS, é algo que a filosofia explica como ser ou estar fora de si mesmo, e o ENTHOUSIASMOS seria uma inspiração e/ou possessão divina, um entusiasta na filosofia é aquele que é possuído por um espírito divino, no caso, Apolo para as formas, as artes plásticas, ao belo e Dioníso para os extremos, a destruição do corpo, exaltação dos prazeres e das dores.

E foi sobre os prazeres e as dores que achei a inspiração para este texto que vos escrevo. Sempre tentei ser um escritor- amador- com uma certa assiduidade, mas há uns meses achei de novo um velho prazer que havia muito me deixado: desenhar. Cores, trações, tintas, imaginação, paciência, apaixonei-me novamente por algo que havia largado na infância e agora me dava prazer como um novo amor, inédito que tento conhecer um pouco a cada dia.

Larguei o blog, não por raiva, não por desleixo, pelo ao contrário, me dói demais largá-lo, mas as tintas, as cores me fascinaram. Então descobri como fui duro com a arte escrita, que tanto me suportou, que tanto falou por mim, os textos sempre me abrigaram em sua morada, porém, assim continuei enchendo folhas de desenho e escrevendo cada vez menos (só escrevo no blog, não tenho caderno de anotações). Devorei papel com a boca cheia de cores, feliz, radiante.

Mas ao acordar hoje com um certo incômodo no peito, não consegui pensar em desenhos, em formas, em coisas racionais, belas e físicas, quando o peito estremece, quem fala é o coração e este, não sabe desenhar, não tem a paciência de esculpir, ele é enérgico, não demora a dar os sintomas. Quando o coração fala as palavras precisam ser gritadas, as formas quebradas, é preciso desabafar.

Hoje quando acordei percebi que ao desenhar expresso minha criatividade, o recorte de imagens que o meu consciente guarda, reflexos na minha inspiração racional, cada traço é consciente e objetivo. Quando sento a escrever, as palavras vem como numa rajada, não as escolho pessoalmente, alguém as joga na minha cabeça e de repente surgem na minha frente já sendo escritas.

Quando as emoções e os sentimento tomam conta do meu corpo não consigo expressar com traços e cores, é necessário uma força maior, uma exaltação além do corpo e razão, Apolo não se mostra tão eficiente para mim quando o desabafo emocional é necessário, é Dionísio que me escuta, que grita por mim, que clama pela transformação do ser em arte. 

Fui acordado por um espírito dionisíaco. Senti saudades das palavras.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Um Fato

Me sinto tão feliz que me faltam as palavras.

Me sinto tão alegre que deixei a poesia pra viver.

Estou amando tanto que deixei a poesia do papel e das palavras pra viver a inspiração do amor na pele e coração.

O amor é a maior experiência que um homem pode experimetar na vida, a mais perigosa e a mais maravilhosa.

E eu estou dentro do maravilhoso mundo do amor.

Estou tão feliz que não faço mais poesias e sim uma confissão.

Eu amo!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Manhã 24. Abr. 2012

Não deixei de sentir as borboletas
Tão pouco expulsei os calafrios da espinha,
O nervosismo da voz,
A arritmia do peito.

Mas sinto um enorme pesar,
Quando as borboletas voam e não brotam.
Ao ver minha espinha se curvar morna na espera,
Quando o coração volta à constante.

Naquela manhã lembrei da antiga conversa sobre ser um quase, não se trata de tristeza se bem recordo, mas tão pouco fala-se sobre picos de alegria. Pelo contrário, quase picos, a alegria é visível, perceptível, sensorial, é um real estado e em outra conversa na mesma manhã, descobri que quem vive a minha vida sou eu, assim como não posso viver por outra pessoa a vida dela. Eu amo. E quem ama, ama em conjunto, faz dois ser um. Porque se fosse unilateral não seria amar e sim gostar. E desse amor eu não duvido. 


segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Que Eu Quero

Eu andei. 

Quando parei, minhas pernas formigaram.
O ar acabou, a pressão caiu, a tontura me abateu.

Ainda caminhei.

Apesar de tudo,
Dos boleros antigos,
Ainda farei sonhos,
Ainda desatarei a viver.

Quando dei por mim, já em prantos,
Percebi que amava.

O ar faltava,
O coração pulsava com força,
Agora não estava mais sozinho.

Caminhava de mãos dadas,
Respirava em comunhão,
Conversava em sintonia,
Em mútuo prazer.

Com você eu redescobri a paz.
E o que sabia de amor joguei fora.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

À Beira do Rio Thamisa

Olá.
Boa tarde.
Seja Bem vindo.

Boa Tarde.
Vim aqui me afogar...Mas não...não se preocupe.
Não vim de escafandro, tão pouco desejo salva-vidas.
Vim me afogar por inteiro.

Siga-me à beira do rio.
À margem direita, braços, afluentes, desejos e necessidades.
À margem esquerda, o canal principal, água turbulentas aos revezes com marasmos cálidos.
Não deseje afogar-se de contra vontade...

Entro aqui de cabeça e alma.
Vim aqui me afogar.
Nadarei pela sua margem direita, agarrarei em seu solo, irei contra a corrente se necessário, mas me afogarei em suas necessidades e desejos.
Cairei ao mais fundo de sua margem esquerda, como uma âncora em suas profundezas irei morar para sempre.

Bom, se assim é seu desejo.

É o que desejo. 
Respirar a última vez,
Permitir que pela última vez meus pulmões vivam sem as águas deste rio.





sexta-feira, 9 de março de 2012

Acordar

Naquela tarde,
No calor daquele quarto fechado,
No vapor que os corpos exalam,
No cheiro que o sexo emana,
Eu olhei nos seus olhos e vi a eternidade.

Nos corpos deitados,
Nos sonhos contados,
Queimei minha língua e navios,
Fiz do distante necessidade,
Do futuro uma vontade,
Do presente um anseio.

Nos teus olhos minha paz,
No teu ventre minha casa.

Teu quarto meu refúgio,
Tua cama minha toca.

Enfim quando acordei, não foi sonho.
Você estava ali,
Olhos, bocas, ventre, dedos, corpo,
Amor, voz, sonhos, presente e futuro.

Enfim quando acordei,
Eu disse te amo.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Crente

Não compreendi a distância como dor.

Me amarrei às raízes das declarações sinceras,
Após o coito apaixonado.

Na nova separação,
A distância me deixou com medo.

Me vi sozinho com meus fantasmas,
Assombrado pela insegurança.

A distância não me fez desistir,
Ela me fez voltar a acreditar no amor.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ausência

Já não tenho medo das saudades.

Já até assimilei a distância, vislumbrando futuros encontros.

Mas o que os olhos não vêem, o coração não sente, mas a mente dilacera.

E nos dias em que não te toco, não sinto paz em meu coração.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Lamento

A poesia morre se não sofrer.

É necessário fingir uma dor, uma saudade,
para este amor se manifestar em arte.

A alegria não tem vocação para belas artes, enquanto a tristeza promove os mais belos saraus da vida.

Mesmo na página em branco te amo ante tanta letra.