segunda-feira, 28 de abril de 2008

Prefácios De Um Epílogo - Pt. 1- Nascimento

É de madrugada, um dia de semana qualquer. Acordo com um susto. Pesadelo! Mas não lembro o que sonhara. Coração em arritmia, boca seca, sem voz. Só. Assim viemos e assim seremos. Nós somos daqueles que vivem só; falta de apelo ou sentimento não é problema, a falta de compreensão com a ausência de possessividade é um problema, para os outros. “O ciúme é um mal de raiz”, ou você o corta ou poda para nunca tomar lugar do amor. Procurando algo. Não encontro. Onde está o maldito.

Sexo, drogas, álcool e boa música, um elixir para começo e fim de vida. Tentar se matar nunca será coragem. O limiar que separa coragem e suícidio não é tão próximo quanto as pessoas acreditam. Coragem é meter a cara na rua. Tentar assumir papel perante a sociedade. Cadê? Busco o que nem sei. E tenho dúvidas sobre o que sei. Gavetas de meia, embaixo da cama. Parada de ônibus, atrás do armário, não sei onde está, acho que nem sei o que é. Mas algo diz que tenho de buscar. Eu sei que está lá fora.

Já é dia. Não tenho sono apesar de ter dormido tão pouco. Tenho de ir trabalhar. Tomar banho, o café com pouco açúcar e ir a labuta.

Abrir a porta e dar o primeiro passo para fora. Claridade que faz minhas púpilas, ainda dilatadas pelo sono, quase entrarem em colapso e enfim eu ter de realmente usar óculos e não mais me enganar. É isso. Mais um dia de uma rotina tortuosa, onde nada vai acontecer. Irei ao trabalho com a única certeza de ver minhas janelas.

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