sábado, 26 de abril de 2008

Cartas Na Mesa - Gotas Ao Chão

- Tu és e sempre serás a minha chuva depois do almoço! - disse ela.

Ele ficou feliz, pois ela entendera o que ele quis dizer.

Ele tinha dito um tempo antes que a amizade deles é uma chuva depois do almoço. Nunca vai mudar, pode chover mais ou menos. Pode até não vir. Mas quando chegar nunca é estranho, nunca é uma surpresa. Pode até não ser freqüente, mas o sentimento é sempre o mesmo quando ela chega.

- Algumas pessoas deixam marcas na sua vida, mas há pessoas que viram marcos!

Estranho ele pensou. Um relacionamento nada mais é do que um relação de amizade com um grau de intimidade bem maior. É para ser a suprema amizade. Mas não cobramos tanto, nem brigamos por besteira com amigos; o ato de se relacionar já carrega em si brigas idiotas, besteiras que não hão de levar ninguém a lugar algum, a não ser o fim. Ele pensou nisto como nunca pensara em nada antes.

Deitado em casa pensando como ele conseguiu. O teto nunca lhe pareceu tão familiar. Era de um branco envelhecido, onde se projetavam sonhos. O travesseiro parecia, sim, feito de nuvens, as cores vibrantes de sua cama dão o ar lisérgico em tudo. A decoração branco com tabaco para equilibar. Como ele fez? Ele finalmente chegou.

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