segunda-feira, 19 de maio de 2008

Amor Finito

O prefácio de um novo dia, faz vir a tona o sentimento de que hoje há de ter mais um crepúsculo. Hoje ele será o mais belo que já iluminou todos os amantes e seus adoradores. Ele será o último desta era, o último vermelho alaranjado dos amores eternos e das juras verdadeiras que nunca hão de acabar enquanto eles forem esta mistura de vermelho amor com laranja eternidade.

Acabou em um silencioso bater de portas. Fim desta era, onde os amores ficavam a revelia, onde seus amantes eram transcedentais e amavam à beira da loucura não respeitando a intimidade destes atos, revelando para todos este amor quase proibido. A irrealidade dos fatos sempre fará alguns amores virem a tona quando não poderiam. Amores que por mais singelos e flutuantes, sempre carregam o peso da discordia se descoberto por outros.

Quando descobertos eles perdem o brilho. O vermelho e o laranja, se tonam azul e marrom. Cores de um amor que não era tão vivaz, cores de um amor que só era bom sob seus tons vibrantes mentirosos. Paliativos amores que nunca completaram sequer o espaço de uma verdadeira paixão verde esperançosa.

Realiza-se então que este não foi um amor como outros. Nunca foi amor. Sequer foi paixão. Usurpador de reais candidatos. Fez-te alegre, te contagiou, dominou-te e tornou-se assim um vírus, preto como um câncer. Apenas a química e a radioatividade do mundo real, faz este amor se mostrar como ele é realmente: traidor, fugaz e sempre vai embora quando você precisa dele.

Daqueles de verdade encontro quando no reflexo dos meus olhos não resta nada a não ser um espelho retornando o meu prórpio reflexo. Amor que nunca parece estar ali, mas na verdade ele apenas me observa, esperando o fim melancolico, não para dizer "eu te avisei", mas para me ajudar a levantar e dizer que eu aprendo com minhas experiências boas e ruins. Amor que te magóa, nunca por mal e sim porque é vivo, com defeitos, assim como todos. Nada é infinito, nem este amor que está lhe dando a mão. O problema dos amores irreais é que eles te fazem acreditar que serão infinitos.

4 comentários:

Taynah disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carolina disse...

" O problema dos amores irreais é que eles te fazem acreditar que serão infinitos."

Penso muito sobre isso também. Eu li o "Sonhos" e é verdade, a gente precisa viver as coisas pra saber se era aquilo mesmo ou não. Gostei muito :)

Rodrigo José Correia disse...

Esse é o melhor dos melhores!

Paulinho Tamer disse...

Meu amigo, apesar de discordar de algumas partes da tua reflexão, tenho que admitir que a poética da prosa ficou muito bem formulada, digo isso pela metáfora de cores e pelos adjetivos que atribuis a vários do sentimentos que descreves.
De qualquer forma sou fã. =]

P.S: Mano tá tudo pronto eu só to esperando o teu prefácio.