terça-feira, 9 de junho de 2009

22 Ago.1958

O amor nunca é. Ele é sempre a esperança de para sempre ser. Morada na esperança, com um pé no realismo e outro na duvida do amanhã nublado.

Meu amor, neste ano de tantas confusões te escrevo para contar que o meu amor, vive no seu amor, na sua esperança, se tenho um pé na realidade, tenho o outro no chão do seu quarto esperando você entrar. Enquanto os dias passam sem nos vermos, as noites frias no cobrem de sentimentos saudosistas, para um manto de veludo está o nosso amor inverno primaveril. Nas costas desta distância, não vejo problemas entre nós, o amor está querendo ser e vencendo as dificuldades. Um amor imaculado no limbo dos sentimentos raros em poucos e tantos.

Sinto sua falta nas coisas mais simples do meu dia, como o barulho da louça do café da manhã, o som de passos no quarto, minutos antes de você vir me acordar, aonde eu fingia um sono gostoso somente para ser acordado com o gosto da manhã de seus beijos. O coçar das costas, a maciez de seus pés nas noites de jornal, massagens, café e conversas. Te encontrei dentre todas as esquinas do mundo na minha.

Nas noites de cortejo te amei mais que a vida, as estrelas nos seus olhos, a lua de seu peito, o reflexo da vida perfeita a partir daquele dia. Te amo mais que meu destino, cego pelo futuro incerto, ofuscado por incertezas certas que serei feliz ao seu lado hoje e sempre. Pois o presente nada mais faz parte que a transição eterna, não existe o agora, ou é passado ou caminhamos para o futuro. O presente é um pavil que corre até o explodir da bomba vida, e como inevitavel será chegar ao fim, prefiro caminhar de mãos dandas neste pavil, que se faz de corda bamba. Cair, voltar. Caminhar até o final.

Eu te adorarei como minha musa e deusa; te amarei como a mulher de minha vida. Nas esquinas, nos cortejos, nos cigarros, nas bebidas, nos amores, nas conversas e tanto nos silêncios.

Fique com você, comigo, conosco para vida.
Seu eterno e amado,

Fernando Campos Diniz.

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