segunda-feira, 13 de abril de 2009

Partes

Já pensei, e muito, em como somos criaturas que a cada experiência, sendo boa ou ruim, vamos sendo lapidados como diamantes, até chegarmos em nossa forma perfeita. Todavia, neste percurso experimental de la vita, vamos deixando estes pedaços ou lascas ao decorrer do caminho, pequenas partes de você que vão ajudando a completar diamantes deficientes de outros. Como dizia o poeta baiano, "pela lei natural dos encontros, eu deixo e recebo um tanto".

Nesta troca de essência, você acaba por participar de vários grupos. E deixa, como dito, um pouco teu em cada um deles e transforma, com isso, grupos em porto seguros. O que na verdade, era para se ter apenas um único bom porto seguro, onde você poderia voltar, se reerguer quando os pedaços já foram demasiadamente disseminados. E o melhor porto seguro que todos podemos ter são as verdadeiras e velhas amizades.

Não importa se navegas em outros mares, até parando em outros portos, porém sempre há de voltar no seu bom e velho porto, onde nunca deixou de ter apoio, por isso, aqui ressalto, a necessidade de deixar um pouco mais dos seus pedaços no porto seguro de sua vida, pois nada pior do que ser de vários portos, vários amores e  no final acabar não sendo de nenhum. O seu navio parará em tantos portos, por tempos tão semelhantes que no final, você não será esperado em nenhum deles, bem recebido em todos, mas nunca fará parte oficial de nenhum.

E nada mais seguro na vida, do que aquelas velhas amizades. Velhas, não no tempo real, mas no sentimento, como se sempre tivesse conhecido tal pessoa, não confundo amigos da vida com amigos de verdade. Não confunda um porto luxuoso e rico com um verdadeiro porto seguro.

Um comentário:

Carol Matos disse...

"E nada mais seguro na vida, do que aquelas velhas amizades. Velhas, não no tempo real, mas no sentimento, como se sempre tivesse conhecido tal pessoa..."

Sem bem como é... =D

Gostei do texto todo... me lembrou nossa conversa... Saudade de ti...

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