domingo, 13 de novembro de 2011

Antes um Beijo (à um Abraço)

Naquele amanhecer, quando nossos dedos se entrelaçaram pela primeira vez, entre grãos de areia e um constante desviar de olhos, eu sequer cogitei te fazer minha mulher, sequer pensei que você ficaria comigo, e mesmo confuso, não esperei nem um beijo. E ainda arrisco dizer que não espero.

Ao te abraçar como uma concha, sentado com você sentada entre pernas, enquanto eu sentia como se meus braços te envolvessem em proteção, dei pra pra pensar que não queria te ter em favor da carne, minha necessidade não era de orgia.

O tempo levou anos, alguns amores e deixou insônia até a cama se tornar uma imensidão, onde a individualidade se misturou aos panos e lençóis que nestes anos abrigaram o meu coração.

Naquela manhã, naquele Sol de um novo dia, eu segurei você em meus braços e percebi que não queria te possuir, queria apenas dividir os momentos com você, fiquei pensando: seria você - pois há méritos em ti - ou seria um efeito retardado da solidão. Eu passei os dias seguintes apenas querendo segurar sua mãos, te laçar nos meus braços, te olhar dormir, ter sua cabeça no meu peito, seu perfume no meu travesseiro, enviar beijos pelo ar e acabar com os olhares furtivos. Desejaria te olhar e compreender antes do primeiro piscar de olhos.

Sentir a minha cama toda ocupada, sentir os dedos dados, a respiração no pescoço. Sentir que o coração de novo pulsa acompanhado. Não sei se você é objeto deste amor, mas foi você que me mostrou o que eu tanto senti falta. Mãos dadas, abraços, um noite de sono em conjunto, acima de tudo dividir os momentos com conversas bobas com risadas sinceras.

Com você eu lembrei que o amor não tem que ser complicado.

2 comentários:

Carol Matos disse...

simples e sincero.

Anônimo disse...

simplees como voar !