segunda-feira, 13 de junho de 2011

Sylvia Pt.1

Naquela manhã ela acordou mais cedo pois era a primeira segunda feira do mês, e isso quer dizer que NAQUELA manhã os seus dois principais distribuidores de filmes iriam passar em instantes na 420filmes, o que fez Sylvia ignorar a ressaca que o domingo ainda lhe rendia, encarando a manhã com uma belo copo de coca-cola com muito gelo. A 420filmes era a sua locadora, seu ganha pão, começou como um brincadeira, com uma paixão por filmes com enredos beatnicks, juventudes transviadas e temáticas relativas. Seu desejo era apenas divulgar o seu gosto, que ela achava sem modéstia alguma, muito bom, e achava que o mundo ou pelo menos o Rio de Janeiro deveria também desfrutar destes excelentes filmes. Uma pequena sala comercial no térreo de um edifício no bairro de Copacabana abrigava a pequena locadora, Sylvia morava a algumas quadras dali, o que ajudava a acordar "mais cedo". A sala retangular tinha em suas paredes estantes que rodeavam todas as paredes, exceto a do fundo, com todas as suas prateleiras entupidas de com diversos filmes, ao fundo ficava o balcão onde Sylvia atendia seus cliente, atrás de balcão uma porta que imagina-se ser um banheiro ou estoque, mas na verdade nunca ninguém entrou ali, a não ser a dona do estabelecimento. Pode-se dizer que o acervo da 420filmes era diferenciado pois possuía cerca de 50% de títulos em VHS, o que fazia da 420filmes um lugar muito procurado por pessoas que desejam filmes raros, cults, excêntricos, e devido a esta demanda de filmes exóticos, a 420 ficou conhecida por ter um público um tanto, como dito, diferenciado, o que no futuro viria gerar para Sylvia e sua locadora, certa fama pela qualidade dos serviços prestados, mas isso mais adiante será melhor abordado. Voltemos àquela manhã de segunda feira.

Sylvia chegou na 420filmes antes do combinado com os distribuidores, mas logo ficou sabendo que era desnecessário, pois em 15 minutos dentro da locadora, o telefone tocou informando que os dois iriam se atrasar, o que apesar da raiva por ter perdido alguns minutos de sono, ela iria aproveitar para dar uma geral na locadora e na sua cara, que ainda tinha marcas de uma noite mal dormida, e Sylvia não podia abusar, porque apesar de ser grande entendedora de cinema cult e B, ser inteligente, discutia sobre politica, sexo dos anjos e até canto das baleias, existia uma lacuna em seus atributo físicos, Sylvia era a mulher mais feia do mundo, não era uma feiura normal, não existia deformação, segundo a definição de Jorge, que apesar de ser sinceramente, e ela sabia disso, seu melhor amigo, ele também era o maior algoz de sua auto estima, Jorge dizia em momentos descontraídos que o arquiteto que fez a forma de Sylvia não teve aulas de proporção, perspectiva e ainda arrisca dizer que era míope. Claro que Sylvia não levava Jorge a sério, ou pelo menos já não demonstrava resistência, pois sabia que ser a mulher mais feia do mundo, a ajudaria a alcançar o sucesso frente a sua locadora.

3 comentários:

Cris . disse...

o arquiteto que fez a forma de Sylvia não teve aulas de proporção.
Tadinha. rs.

voltei ao Blogger, eu te tinha no antiigo, to correndo atras dos meus favoritos, ;D
te sigo.

abraçoo meu.

Janaína ferraz disse...

Acabei de encontrar o 'De repente o riso fez-se pranto' e gostei daqui, aproveito a visita para seguir.
Talvez o arquiteto da Sylvia tenha feito assim porque seus atributos interiores e psicológicos superavam a sua forma física.
Pelo menos ela era inteligente. rs

Volto mais vezes e com mais tempo!

Também tenho um cantinho:
www.misturadinamica.blogspot.com
Ficarei feliz em te receber por lá.

Morgana disse...

Onde posso te encontrar? Orkut, msn... essas coisas?
Beijos, querido (=