segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Síntese Do Sóbrio Adeus

"Compreenda que o veneno que mora em minhas glândulas, transformando minha língua em víbora cruel é o simples motivo pelo o qual tento evitar lhe olhar, neste estado mal tratado, em trapos, por teimosia e orgulho de quem precisa errar, mas que ao menos a luz que lhe caí neste momento, sirva para indicar e não ofuscar cada vez mais."

"Não acredito que esteja errado ou sequer esteja em trapos, pois como um bezerro desgarrado, eu saí, assumo, contudo volto não com cicatrizes procurando ajuda, abrigo, com o rabo torcido e enfiando entre minhas patas, ao contrário, minha crista se eleva como um galo macho, assumindo nome de Michalick, viro pavão rei ao atravessar a soleira em sua direção, apenas para mostrar que as marcas que hoje me completam não são cicatrizes dolorosas, e sim espólio de guerra"


"Heresias de quem está entorpecido, só podendo estar com o demônio no corpo, um espírito obsessor; ou sobre influência deste cânhamo que consume achando que vai acreditar no caminho encontrado em meio ao caos dos sentidos perdidos."


"Compreenda agora você, querido e estimado ente, não estou perdido em minha sinestesia aparente, o que vai sempre nos separar é que nunca vais conseguir observar, quiça experimentar, o estado de elevação que a sobriedade nunca irá lhe dar, aparando arestar grossas demais, podando a experiência, é necessário se enebriar de aromas, cheiros, gostos, sons, que lhe tirem da sobriedade pois ela limita"


(...)

Um comentário:

Carol Matos disse...

Lembrei do E(s)quinócio hj, saudade de ti poetinha!