segunda-feira, 24 de agosto de 2009

24 Ago. 1951

Nas noites quentes do verão equatorial, eu me via perdido em sonhos de uma felicidade real e possível, só que muitas vezes atrapalhada por sentimentos de uma confusão mental, sobre o que fazer, o que falar, tirando do caminho minhas reais intenções, como um castelo de cartas que ao demorar demais para colocar a última carta o vento bate e todo o trabalho é perdido por hesitação em demasia, e assim eu me encontro na encruzilhada das decisões, onde nenhuma está certa ou errada, são apenas decisões, que tem de ser feitas a cada dia, não podendo desfrutar do luxo destinado a poucos, que resume tudo em uma única e singular escolha, que a partir dela, as coisas caminham de acordo como o escolhido, todavia no meu caso, as coisas que levam a escolhas diárias são também as responsáveis por todo um sentimento verdadeiro e puro, como em anos não encarava, por isso não sei que lado escolher, estou envolvido emocionalmente, ser aquele que encanta tentando ser correto em todas as escolhas, mas camuflando defeitos que podem ser diferencias em relações, pois as pequenas deformações de caráter, como os chamo, são as atributos que provam o amor, pois amar qualidades, qualquer cidadão com amor pode fazer, entretanto, os defeitos são o que os casais têm de amar, são nossas imperfeições e o amor dedicado à elas que fazem duradouro quaisquer relação interpessoal se tornar sólida, em contrapartida no meu peito bate seco a vontade de ser eu, a necessidade de mostrar quem eu sou, do que eu gosto, não que até o presente momento não tenha acontecido nada semelhante, a loucura e o caos em que vivo foram apresentandos de maneira comedida, a imprevisibilidade impregnada no eu vai indo aos poucos, as cascas de ovos são uma fobia neste momento, medo de pisar com autoridade, contudo já perdendo o equilíbrio de quem tenta caminhar como um gato lunar, dentre todas as escolhas já feitas não estou errado, mas estou falhando na apresentação de quem eu sou, brincar de gentleman para no final ser apenas o homem comum, nascido e criado com os tropeços de qualquer um, com berço de madeira sem sapatinho de bronze, viver, viver, eu já sei o que fazer, as decisões, mas ela é ela, tenho que por alguns momentos esquecer este título, sem ter em contra partida a confusão que me acomete, quando penso que todos têm chance de virar estatística, cinqüoenta por cento para cada lado, o medo está ai em tentar uma felicidade e bater de cara contra o muro, mas daí a ficar em num estado de catarse antecipada ao desfecho é perder tempo de ser feliz; espero dar o passo certo na direção que me levará ao pretendido...

Diários de Fernando Campos Diniz

Um comentário:

Anônimo disse...

ter medo do que vai dar? bem vindo ao clube dos seres humanos...