quinta-feira, 2 de julho de 2009

A Princesa e o Sol

A princesa do reino das mangueiras,
bela, encantadora, sempre teve tudo.
Tinha tudo, mas não era esnobe,
entretanto todos aqueles que tem tudo a certo ponto se confundem
com o que podem, devem e merecem.

Não queria naquele dia que o Sol nascesse.
Não queria olhar para o Sol, não queria que o Sol a tocasse.

Brigava, chorava, reclamava ao Rei seu pai,
“o Sol é mal, só machuca, quando tocou-me
deixou-me vermelha e ardida, eu só queria que ele
me deixasse mais viva.”

O rei explicava que o Sol era bom,
dava vida, mas vida em excesso também machuca,
por isso as flores precisam de Sol, mas também
precisam de água, pois precisam se hidratar.

A princesa chorava, ardida reclamava, mas estava doida
para olhar seu jardim que não florescia há tempos.
Ora praga, ora chuva demais, ora neve. Não importava.
Seu jardim há tempos não florescia, e logo o jardim herdado de seu mãe.

Rainha cuidadosa, desde sua partida nunca mais uma sequer rosa aparecera.
Nem as lágrimas da pequena princesa fazia germinar flores no já velho jardim.

O Sol neste dia, escondido atrás das nuvens,
porque este sim amava a princesa, escutava
seu choro, suas lágrimas ao chão.
Ao ver que a princesa voltava pisando sobre suas lágrimas
caminhando sobre um calvário decide mostrar seu amor,e se põe ao dia mais ensolarado do ano.

O solstício de verão fez-se.

Ao acordar no outro dia, um dia nublado,
misteriosamente nublado, ela desce, toma seu café.
O rei toma sua mão e a leva sem falar nada para fora do castelo, ela triste, ainda com olhos de uma noite de lágrima o acompanha sem dizer nada.

Ao entrar no antigo jardim de sua mãe ela percebe o milagre, onde não havia nada, apenas sebe, surgiu um belo jardim de Girassóis.
Dos grande e bonitos como sua mãe amava.
Ela não compreendia, não havia nada, nada. Ela ri, chora de alegria, abraça o pai, corre de volta para o castelo e resgata um retrato antigo de sua mãe e o coloca junto as flores.

O Sol neste dia não saiu.
Apenas ficou a admirar o sorriso da princesa, que era encantador.
Por mais que ela não pense no Sol como bom feitor, ele faz-se feliz em saber que fez o dia da princesa melhor.

O Sol neste dia não saiu.
Mas olhou por trás das nuvens a beleza dos Girassóis da princesa.

3 comentários:

Carol Matos disse...

muito generoso o sol... lindo lowzinho... saudade dos seus textos por aqui...

bjos poetinha!

Gabriella Florenzano disse...

"o Sol é mal, só machuca, quando tocou-me deixou-me vermelha e ardida, eu só queria que ele me deixasse mais viva.”

Eu definitivamente queria ter escrito isso. :P

Iana disse...

E eu, então..