terça-feira, 24 de abril de 2012

Manhã 24. Abr. 2012

Não deixei de sentir as borboletas
Tão pouco expulsei os calafrios da espinha,
O nervosismo da voz,
A arritmia do peito.

Mas sinto um enorme pesar,
Quando as borboletas voam e não brotam.
Ao ver minha espinha se curvar morna na espera,
Quando o coração volta à constante.

Naquela manhã lembrei da antiga conversa sobre ser um quase, não se trata de tristeza se bem recordo, mas tão pouco fala-se sobre picos de alegria. Pelo contrário, quase picos, a alegria é visível, perceptível, sensorial, é um real estado e em outra conversa na mesma manhã, descobri que quem vive a minha vida sou eu, assim como não posso viver por outra pessoa a vida dela. Eu amo. E quem ama, ama em conjunto, faz dois ser um. Porque se fosse unilateral não seria amar e sim gostar. E desse amor eu não duvido. 


segunda-feira, 16 de abril de 2012

O Que Eu Quero

Eu andei. 

Quando parei, minhas pernas formigaram.
O ar acabou, a pressão caiu, a tontura me abateu.

Ainda caminhei.

Apesar de tudo,
Dos boleros antigos,
Ainda farei sonhos,
Ainda desatarei a viver.

Quando dei por mim, já em prantos,
Percebi que amava.

O ar faltava,
O coração pulsava com força,
Agora não estava mais sozinho.

Caminhava de mãos dadas,
Respirava em comunhão,
Conversava em sintonia,
Em mútuo prazer.

Com você eu redescobri a paz.
E o que sabia de amor joguei fora.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

À Beira do Rio Thamisa

Olá.
Boa tarde.
Seja Bem vindo.

Boa Tarde.
Vim aqui me afogar...Mas não...não se preocupe.
Não vim de escafandro, tão pouco desejo salva-vidas.
Vim me afogar por inteiro.

Siga-me à beira do rio.
À margem direita, braços, afluentes, desejos e necessidades.
À margem esquerda, o canal principal, água turbulentas aos revezes com marasmos cálidos.
Não deseje afogar-se de contra vontade...

Entro aqui de cabeça e alma.
Vim aqui me afogar.
Nadarei pela sua margem direita, agarrarei em seu solo, irei contra a corrente se necessário, mas me afogarei em suas necessidades e desejos.
Cairei ao mais fundo de sua margem esquerda, como uma âncora em suas profundezas irei morar para sempre.

Bom, se assim é seu desejo.

É o que desejo. 
Respirar a última vez,
Permitir que pela última vez meus pulmões vivam sem as águas deste rio.