sexta-feira, 12 de março de 2010

Oliva

Estavam ali, na minha diagonal esquerda. Sentada ali na fila de espera da repartição, o tempo não passava.

No primeiro olhar eu me perdi, quando refleti sobre eles surgiram casas na praia, vidas conjugais, empregos, filhos, amores, vidas.

Tão leves, suaves e cheios de volúpia que só eles poderiam ter. E ainda mais quando tantos anos se passaram e somente agora os vi, o que fez com que o interesse e a ficção aumentassem.

Que belos pares de tornozelos! Como tão discretos, todavia tão fundamentais são os tornozelos, lindos, finos, bem feitos, de pele suave.

Em um cruzar de pernas, as pernas levam seus pensamentos para o lado sensual, fazem você entrar em um conto erótico, mas os tornozelos são pura bossa nova.

De forma faceira, te seduzem não querendo te ter, fazem você acreditar em sua inocência mesmo sendo eles os responsáveis por tal hipnose.

São íntimos, pequenos, complexos, de difícil compreensão, mas de fácil apreciação. Assim são os bons tornozelos.

Como quero uma casa na praia, empregos, vidas conjugais, filhos, amores e belos tornozelos!

2 comentários:

Lígia Chiari disse...

Estava esperando por esse.
Olívia combinou bastante eu acho.
Depois te conto uma sobre pescoços.... A minha versão da história ;) rsrs
te amo.

Débora Linden Hübner disse...

Adorei sua escrita!
Vou voltar :-)