sexta-feira, 9 de março de 2012

Acordar

Naquela tarde,
No calor daquele quarto fechado,
No vapor que os corpos exalam,
No cheiro que o sexo emana,
Eu olhei nos seus olhos e vi a eternidade.

Nos corpos deitados,
Nos sonhos contados,
Queimei minha língua e navios,
Fiz do distante necessidade,
Do futuro uma vontade,
Do presente um anseio.

Nos teus olhos minha paz,
No teu ventre minha casa.

Teu quarto meu refúgio,
Tua cama minha toca.

Enfim quando acordei, não foi sonho.
Você estava ali,
Olhos, bocas, ventre, dedos, corpo,
Amor, voz, sonhos, presente e futuro.

Enfim quando acordei,
Eu disse te amo.