quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Lenço

Olhos coçam na saudade que bate.
Quando lavam, também levam.

As lágrimas, as águas, as memórias.

Escorrem pelo rosto.
Tocam o canto.

Da boca, do peito, da alma.

São interrompidas.
Voltam ao enxuto.

Da memória, do sorriso, do lenço.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Volver

Sinto o colchão ainda quente,
Amarrotado, mas ainda vazio.

Tenho você em minha mente,
Sem rosto, embaçado, tardio.

Nas noites de minhas tormentas,
Os pensamentos pontiagudos vivem
Nas encostas da razão,
Inibindo supostas vontades e anseios.

À quem hei de partir,
Se tu não não estás aqui?

Como descrever o branco mental?

Volto a dedicar à tristeza real.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Lança

Quarta feira de cinzas,
No salão: vidros, cacos, restos e rostos.
Clóvis melindroso, escorrendo na face.
Dois anos depois, no mesmo carnaval.

Sozinho no meio do salão,
Na chuva que cai ao redor,
Os passos molhados no chão.

No mesmo lugar onde tudo começou,
O amor e a paixão, não eram personificados,

Amava os sentimentos, mas não existiam donos.

Setecentos e trinta dias.

Amor. Dor. Cor. Amo. Ao. A? O?

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Lugar Comum

Se Belém é Macondo, eu quero ir para Passárgada, mesmo não sendo amigo do Rei. Se um dia fui Buendía, agora quero ser como o cigano Melquiades. A chuva que castiga a cidade já não me atraí como antes; para alcançar um sonho tem que se ter coragem e estar disposto a sofrer com os demônios do pensamento do "se".