segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Até A Próxima

Ao fim de tudo, o todo não é explicado apenas pelas partes que o envolvem. Existe uma complexidade indivisível, onde nem mesmo os envolvidos conseguem entender o que os leva até ali. O livre arbítrio é um primeira passo, entretanto, não sei se justifica o todo.

A vontade escancarada e o prazer inegável fazem disto tudo algo sem arrependimento. Passível a momentos únicos e bem resolvidos.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

In & Out

Já os sinto agudos.
Pontudos, cansados, fatigados.


Já o amor que tinha em mim, não existe mais.
Velho, descrente, imutável.


Rostos. Sempre os mesmo rostos.
Klezmer na sala comunal.


 - Nasdrovia!


A incontrolável vontade de esvair. 
Não vislumbrar você.


Velhas coisas de antigamente.


De um gole bebo toda sua leviandade.
Um trago para uma nova vida.


E todos ainda no mesmo antigo e velho lugar.
Mas, ao soltar a fumaça e após limpar os lábios de vinho...

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Síntese Do Sóbrio Adeus

"Compreenda que o veneno que mora em minhas glândulas, transformando minha língua em víbora cruel é o simples motivo pelo o qual tento evitar lhe olhar, neste estado mal tratado, em trapos, por teimosia e orgulho de quem precisa errar, mas que ao menos a luz que lhe caí neste momento, sirva para indicar e não ofuscar cada vez mais."

"Não acredito que esteja errado ou sequer esteja em trapos, pois como um bezerro desgarrado, eu saí, assumo, contudo volto não com cicatrizes procurando ajuda, abrigo, com o rabo torcido e enfiando entre minhas patas, ao contrário, minha crista se eleva como um galo macho, assumindo nome de Michalick, viro pavão rei ao atravessar a soleira em sua direção, apenas para mostrar que as marcas que hoje me completam não são cicatrizes dolorosas, e sim espólio de guerra"


"Heresias de quem está entorpecido, só podendo estar com o demônio no corpo, um espírito obsessor; ou sobre influência deste cânhamo que consume achando que vai acreditar no caminho encontrado em meio ao caos dos sentidos perdidos."


"Compreenda agora você, querido e estimado ente, não estou perdido em minha sinestesia aparente, o que vai sempre nos separar é que nunca vais conseguir observar, quiça experimentar, o estado de elevação que a sobriedade nunca irá lhe dar, aparando arestar grossas demais, podando a experiência, é necessário se enebriar de aromas, cheiros, gostos, sons, que lhe tirem da sobriedade pois ela limita"


(...)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Verde, amarelo e vermelho.

Verde esperança, siga, continue, pode ir, "vai, atravessa", segura na minha mão, olhe para os dois lados, fique na faixa, não desvie, atenção, cuidado!

No meio dos carros, retrovisores, olhos cansados, pouca paciência, surgem os malabares de fogo, os rodopios uruguaios, o capitalismo alheio, e a bela coisa que põe fé no mundo, mesmo nos momentos de mais escuridão e solidão.

"Eu faço isso pela Arte"


O amarelo dinheiro, riqueza, ódio, ganância, fim de tudo, começo de problemas, se altera, muda de cor, faz do básico pigmento, um passeio matemático de 180 graus, para que no fim desta metamorfose ele se torne amor, paixão, cumplicidade, parceria, um doar sem interesse, por puro sentimento, por pura verdade, por pura vida vermelha.

O último, por cima de todos.