quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Metades de 28/02/08

Peguei-me hoje pensando nas metades. Na metades que nós procuramos, as famosas cara metades, o outro lado da laranja, este tipo de coisa.

É incrível como não é institivo procurar esta suposta metade. Nós não nascemos com esta vontade, nós nascemos completos. A certo ponto de nossas vidas começamos, então, a buscar estas metades, este pedaços que irão nos completar, aquele algo que está faltando. Mas tudo isto acontece devido à impossibilidade de se manter inteiro após a vivência adquirida com o passar dos anos.

Sabe os baques da vida? o primeiro amor perdido? o grande amor perdido?, isto vão lhe lapidando, o que é verdade, mas ao ser lapidado vão sendo tiradas lascas de você. Você vai se transformando aos poucos. Quando ao se deparar já consciente de seus atos, você normalmente nesta fase começa a procurar uma metade. Uma metade para pode suprir aquelas lascas que você perdeu.

Entretanto, quando você acha esta metade, seu desejo é que ela fique com você pra sempre, mas nem sempre é assim, se por desventura esta metade se vai, você ficará sem mais um pedaço seu, logo terá de buscar outra metade, só que desta vez a metade terá de ser maior pois você já perdeu pedaços novos, não são mais os pedaços da vida, agora outra pessoa tirou pedaços seus.

O problema dessa busca é que eu realmente não sei se nós temos um número certo de pedaços, pra saber até quando podemos apanhar e buscar novas metades, ainda mais porque, você depende de outra pessoa, da sua metade, e até onde ela está disposta a contribuir na sua reconstrução.

E o mais pertubador disto, é saber que você também carrega uma enorme responsabilidade. Você pode ser a metade para alguém. Assim como você busca, outras pessoa também buscam. E você pode ser esta pessoa, que pode suprir os espaços vazios ou ser o criador de outras perdas.

Todavia saiba que não adianta esperar uma metade cair do céu para completar seu dia e sua vida, você tem de buscar, mas não com tanto afinco, pois uma hora ela apareçe. E uma metade é para somar e nunca para dividir, são diferenças que tem de coexistir, respeito e compreensão acima de tudo, respeitar as diferentes lapidações, pois nem todo mundo foi tratado pelo mesmo ourives.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Mudanças

À todos aqueles que sabem o que é fazer escolhas que podem mudar seu apetite.

Estava jantando este fim de semana com minha família, e vi algo que era mais ou menos assim. Uma outra família com alguém supostamente que não fazia parte dela, acredito eu que fosse o namorado da filha que estava presente.

Me lembrei de quando nós vamos sair para jantar com a família alheia. O quanto no começo somos discretos, evitamos encher o prato, estamos sempre satisfeitos. Passamos até fome certas vezes. Chegando em casa de noite e indo direto pra geladeira, comer todos os restos possíveis.

E assim é no começo, somos os mais príncipes possíveis. Comemos em quantidade humanas, bebemos tão pouco, que damos a impressão de sermos camelos que armazenam o líquido para mais tarde. Tudo isso é perfeito, até que os meses vão passando e por uma razão inexplicável a fome aumenta, a sede parece ser insaciável. Nestes momentos o que ocorre?, 'não é que hoje eu nem almocei, só trabalhei o dia todo', este tipo de desculpa esfarrapada para esconder seu perfil de glutão.

Mas tem uma coisa que faz estas desculpas ocorrerem. Um verdadeiro motivo. Uma frase sentenciadora. "olha como ele come tão pouquinho", normalmente proferida pela sua sogra. Se a sua namorada não se manifestar, ou você nem sequer contra argumentar dizendo que hoje já comeu muito, a sua imagem está feita. Nem adianta que a partir daí você é o homem que come pouco, se comer mais que isto terá de explicar o porque desta fome anormal.

E o pior de tudo acontece quando a sua mãe ainda pergunta, ao ver que a geladeira é sempre assaltada a noite, se a família da sua namorada não lhe dá comida. Ai o que tu fazes?, inventa mais desculpas. Mas confesso, que bom mesmo é quando o mais improvável acontece, você finge que come pouco e depois de um tempo se começa a comer monstruosamente ninguém percebe. Ai a festa está completa.

Mas aconselho mesmo é sempre ser você, ou então dar a desculpa que já comeu antes, porque assim eles vão achar que estas comendo pouco só agora. Nunca deixem achar que você é outra pessoa. Senão o seu prato sempre viverá uma estiagem

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Espirais de 22 de Fevereiro

Para Terry, com carinho.
Grande amigo, pensandor e filósofo urbano e de bares.
Como sempre, ao menos na minha vida, em todas as minhas reuniões com amigos, seja em casa ou um bar, chega em um ponto em que falamos da complexidade do amor. A dificuldade de se relacionar, e ainda mais a de respeitar as diferenças, o que acredito eu, é o maior problemas de todos, a falta de consciência para respeitar a individualidade alheia.
Ontem, 22 de Fevereiro, sentado com amigos em um bar aconchegante que sempre frequentamos, e alguns metros acima do sobriedade, enfim chegamos no assunto de relacionamentos. Terry, grande parceiro de viagens, tem um relacionamento invejável, baseado em confiança e respeito. Claro que acredito que ele deve brigar, mas as provas de confiança que já presenciei, compensam qualquer briga; estas são as brigas que valem a pena.
Discutindo, dando exemplos, pondo em cheque nossos traumas e troféus, chegamos à conversa que deu origem a este conto-relato.
É íncrivel como nunca percebemos, mas as espirais estão em todos os lugares do mundo. Você olha para uma água descendo o ralo, a descarga, os planetas em rotação - não verdade em rotação elíptica, mas vamos considerar devido ao contexto. Até a sociedade se encontra em uma Espiral Descedente segundo Trent Reznor, (Downward Spiral álbum do Nine Inch Nails que faz analogia a queda em espiral que a sociedade vem sofrendo, a sua decadência).
Logo, todos nós vivemos em espiral, imaginemos que somos planetas que damos voltas ao redor do Sol.
Cada um de nós temos nosso tempo para completar nossa volta ao redor do Sol, o nosso próprio clima, temperatura, gravidade e tamanho. Estamos ali em rotação perfeita, todos alinhados sem prejudicar nenhum terceiro, mas se de repente alguns do planetas venha a sair de rota, logicamente que ele vai causar atração em um outro. É a questão de você se movimentar, se mostrar, se preciptar e não ficar no anonimato. Quando os planetas tiverem bem perto eles vão botar à vista suas características, saber se seus ecossistemas combinam, se suas diferenças vão poder coexistir.
O certo, se existir realmente um certo, seria relacionar as caracterísitcas e se perguntar se elas podem exisitir daquele jeito, porque não é certo ninguém mudar, nem querer que o outro mude. Um relacionamento é para somar, fazer companhia, saber que ele é diferente,mas você gostou dele assim, porque querer mudar depois?
Tão poucos entendem isso. Um relacionamento é dar uma arma apontada para sua cabeça nas mãos de outra pessoa. É confiar, saber que ele vai ser sincero, não vai atirar por atirar e tão pouco vai deixar de atirar por pena.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Bárbara

Amor eu vou esperar quanto tempo for
Pra eu poder te chamar de Amor

Ao te ver meu dia se abrevía
Até o amanhã acontecer
Quando o Sol vem à mim dizer
Que hoje é dia de te ver

Dia de sorri
Dia de cantar
E de esperar
Nosso encontro aconteçer

Para eu poder enfim
Dizer o que sempre quis
Dizer quem realmente és

Amor eu vou esperar quanto tempo for
Pra eu poder te chamar de Amor

Bebo sua vida
Seus gostos seus credos
Esta minha bebeida
É que tira meu tédio

Preciso de você
Nem que seja como amiga
Só pra ter a certeza
De te ter na minha vida

Quando os meus olhos
Se cruzam com os teus
Me vem uma vontando
De apareçer

Pra você
Me notar
Escutar o que tenho a dizer

Amor eu vou esperar quanto tempo for
Pra eu poder te chamar de Amor

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

As novas Garotas de Ipanema

Elas continuam a "coisa mais linda, mais cheia de graça..." só que não acredito mais que elas venham à caminho do mar. E a imagem delas com biquíni na praia ou indo a escola de saia de pregas também não me convence mais.

Não quero insinuar meninas indo à "balada", nem algo neo, eletro, new, urbano. Apenas comentar a real mudança nas mulheres. Onde as garotas de Ipanema eram charmosas, verdadeiros ícones da sensualidade da garota-mulher, da revolução feminina. Exuberantes em uma beleza crua, sem toda a parafernalha que hoje são o braço direito das moças. Tênis, calças de marca, roupas sempre novas, gosto musical alternativo, maquiagem delicadamente escolhida. Antes era apenas a mulher que caminhava à beira de um bar, sentava junto aos homens para discutir cultura ou até ser capaz de seduzir duas das grandes almas poéticas deste país sem nem dizer nada. Hoje não existe mais esta sedução instantânea, até que elas se fazem apaixonar, mas não apenas com o seu passar. Hoje há muita insinuação, pouca autenticidade, e muita vontade de querer ser interessante.

A bossa de antes eram os seres poéticos que enriqueciam nosso ouvidos com as melhores crônicas, poesias e composições. Hoje de todas as qualidade, a melhor, é o respeito destas novas garotas pelo o que passou e a sua necessidade de saudar o passado como algo que foi de melhor. Às vezes não tão sinceras estas admirações, sendo mais pelo peso de seus nomes do que realmente pelo saber de suas obras.

Elas continuam lindas, agora de all star nos pés, aparelho nos dentes e vestido coloridos. Escutando Interpol e Velvet Underground. Sendo confusamente charmosas e cativantes mesmo em uma geração tão blasé. E ainda inspirando aqueles que as olham passar, talvez não à beira de um bar, mas sim à beira de uma casa de show.

Mas espero que as novas garotas de Ipanema, não terminem igual a original, sendo apenas mais uma convidada no casamento de seus admiradores iniciais.

Às novas Helô Ponheiro. Que sua beleza inovadora e intrigante ainda façam milhões de vítimas, assim como eu que um dia estava ali sentado a beira do bar olhando minha garota passar e quando deparei-me, cá estava eu, proferindo palavras de carinho à mulher que eu vi passar e que "se ela soubesse, que quando ela passa.." o meu coração se faz em infinitos pedaços, para assim eu poder entregar a cada dia um destes à ela.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Soneto à Carolina

Como Andar na Rua Olhando a Lua
Como te olhar sem saber se serás minha
Como amar na dúvida de ficar só
Te dando certeza que hoje minha paixão é tua.

Coração que Arde ao Rever teus Olhos Lindos
Emoção desentoada com a realidade
Não posso viver meu amor de verdade
Tendo de esperar o momento quando irão tocar os sinos.

Com Amor Revejo Os Lugares
Nunca imagináveis de abrigar uma paixão real
Tão aconchegantes que hoje já até abrigam saudades.

Com Ansiedade Rogo O Livre arbítrio
Para que o comodismo não seja tão real
E tudo vire um poço sem razão... só sentimento.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Manifesto da paixão platônica

Barbaras, Manoellas, Lucianas, Marcelas, Carolinas, Paulas, Pamelas, Amandas. Mulheres e moças não importando da onde são, eu amo é o ato de nutrir paixões.

Em um ano acredito ter amado tanta ou mais meninas. Posso me considerar um homem com um coração extremamente grande ou um hipócrita que so quer enganar as mulheres. Afirmo com veemência que sou um homem de coração enorme.

Basta um olhar e está tudo sacramentado. Minha nova paixão foi escolhida.

Tenho um sério problema para tornar realidade estas paixões, por mais que saiba que goste de verdade. Gosto mais delas ali, no âmago do meu eu. Bom mesmo é comentar, sonhar, ter idéias e nunca as realizar. Você nem sabe se daria certo, mas tem a certeza que não vai dar errado. Entretanto, tenha consciência de que você sabe disso e não vá sofrer companheiro. Se prepare para ser feliz com algo que talvez nunca vá ter. Apesar de que se um dia chegar a ter, deixará de ser paixão platônica, logo, poderá ser até melhor quem sabe, o amor tem dessas coisas. Pois é ai que esta o lado da paixão platônica que me agrada por demais. Não sofrer sem o objeto de desejo.

Pessoas desconhecidas, pessoas conhecidas, pessoas que so vi uma vez, não importa, é no momento que você a vê que tudo é definido. Você sabe que ela é sua paixão. Entretanto sempre tem algo que impossibilita: você não a conhecer é uma delas, muito frequente por sinal, tem outras mais comuns como ela possuir namorado. Mas se você quiser realmente ficar ali no anonimato tudo bem, se não, corra atrás. A conheça e abra seu coração; espere ela terminar ou não, mas acredito que não seja legal ser semeador de discórdia, mas tudo é relativo às vezes pode valer a pena, e talvez ela mereça mais.

Só sabe quem tenta.

Confesso que às vezes dá vontade de criar um fuzuê e sair dizendo para todas o que você sente, mas o medo ainda é maior. Saber da grande e enorme chance de ser rejeitado ou evitado ainda é um problema. O paradoxo é que nos mata. Agir ou não. Não fico triste em só amar no anonimato, mas às vezes é bom transformar paixões em relacionamentos, mas para isso é preciso arriscar e isto é um problema.

Enquanto isso eu amo. Amo desesperadamente, amo por completo todas as minhas deusas. O bom é que só amo uma de cada vez, espero um dia parar em uma. Mas sei que todas elas foram ou são por completo. Amo a cada uma como se já fosse minha. E são de algum modo. Pelo menos no âmago do meu eu.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Chuva das três

Chuva de verão na quarta feira de cinzas. Tipicamente belenense. Andando sozinho com as lojas fechadas e os poucos injustiçados trabalhadores convocados, em suas portas, esperando o horário de abri-lás. Caminhando por entre eles, mas nunca no meio, se encontra um outro belenense, voltando de seu trabalho. Outra vítima do mercado atual. Roupas salpicadas pelos primeiros pingos da chuva que se aproximava. Ele estava ali caminhando tranquilamente, mas sua cabeça não estava ali. Na verdade não estava em lugar nenhum. Caminhava pelo simples ato de caminhar. Apenas vontade de voltar a dormir.

Sentia-se vazio. Não era uma sensação de tristeza, na verdade, estava deveras feliz com os últimos acontecimentos. Tudo corria bem na sua vida profissional e na pessoal não existiam problemas. Mas ainda faltava algo. E este faltar estava criando um vazio equivalente a um buraco negro. Onde não exsitia som nem cor e se ficasse ali acabaria por sugar tudo.

Não lhe faltava amor nem paixão, é certo que no momento estava só, sem uma companheira, mas isto não era um problema para ele, que sempre foi muito individual, nunca individualista. Gostava de estar só, mas sentia falta de algo, não da rotina, nem dos problemas, talvez de alguns deles, principlamente aqueles que eram resolvidos com risadas. Mas não sabia o que era. Continuava a andar com a cabeça em lugar nenhum e no peito um buraco negro que não o fazia sentir nada.

As lojas começavama abrir, quando avistou uma mulher linda do outro lado da rua, a seguiu com os olhos, andavam na mesma direção, apenas em lados opostos da calçada. Ela então parou em frente a uma loja aparentemente fechada, ele se animava com a sensação de alguem mecher com ele, talvez tapar o buraco.

Quando atravessou uma pequena vila e voltou a olhar para o local de sua querida salvação, ela não estava mais lá. Seria possivel?, não tinha perdido ela nenhum momento, mas ela se fora. Agora continuava seu caminho do mesmo jeito que começou. Sem estar triste, mas também não sentia nada e sabia que o problema não era falta de amor nem paixão.

A chuva engrossava. Começou a se preucupar com as mangas que começavam a cair, algumas bem perto dele. Não se preucupou em não se molhar, afinal aqueles que vão pra casa nunca se molham. Agora mais pessoas começavam a ocupar as ruas, aos poucos iam surgindo mais andarilhos molhados. Alguns muito felizes outros nem tanto afinal era um feriado, mesmo que só até meio dia, mas todos queriam ficar em casa com seus familiares. Ele preferia andar só a estar em casa, afinal se estivesse em casa estaria só, pensando na mesmas coisas que pensava agora.

Agora que estava chegando perto de casa a chuva diminuía, se resumindo a uma pequena garoa. Passou em frente a seu antigo colégio e lembrou de como foram bons aqueles tempos. Ele era sentimental, e nunca pensara que um dia este vazio iria lhe fazer companhia, ali naquela calçada onde amou tantas, chorou tanto e se apaixonou por outras.

E como uma manga que cai em cima de um carro, teve aquele estalo que precede o baque. Sabia o que estava faltando. Sabia que o problema não era falta de amor nem de paixão, ele não estava triste. O problema era a falta de vontade de se apaixonar, não tinha ninguém que o havia tocado como ele procura. Pessoas maravilhosas já estiveram com ele, pessoas que ele sabia que iriam lhe fazer bem, mas ele não iria fazer bem para elas. Antes ele não tinha medo, se apaixonava por qualquer uma, e era feliz assim. Era um homem de paixão com coragem para encarar uma nova a cada dia, hoje ele não mais era assim. Não tinha nem vontade nem coragem para tal. Sabia que este sentimento era igual a chuva das três de Belém, sempre vinha e ia no mesmo horário, até que chegava o verão sem chuva, e ela iria embora durante um bom tempo, quando voltasse ele já estaria indo pra casa com outros pensamentos, inclusive o de que quem vai para casa não se molha.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

É preciso coragem

Não é preciso coragem
Para ganhar alguém
Mas para ficar com este
É preciso de muita coragem

Para dizer que ama
Se entregar pro inteiro
É preciso audácia de Joana
Coragem de Jorge

Não é preciso coragem
E sim vontade pra ganhar alguém
Mas é preciso coragem
Para ser 100% de alguém

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Primeira Vez Amor

Aquele que nunca achou
Não sente no perder
Incapaz

De conhecer o sofrimento
Se contenta com o
Descontentamento

Este amor de deixar sufoco
Que me larga sem fôlego
É tão louco e sem rancor
Que é simples como você

Simplicidade complexa
Que é simples como você: amor
Sem idades e sem conversas
Simples como o amor
Ai que saudades
Que eu tenho do meu amor.