Peguei-me hoje pensando nas metades. Na metades que nós procuramos, as famosas cara metades, o outro lado da laranja, este tipo de coisa.
É incrível como não é institivo procurar esta suposta metade. Nós não nascemos com esta vontade, nós nascemos completos. A certo ponto de nossas vidas começamos, então, a buscar estas metades, este pedaços que irão nos completar, aquele algo que está faltando. Mas tudo isto acontece devido à impossibilidade de se manter inteiro após a vivência adquirida com o passar dos anos.
Sabe os baques da vida? o primeiro amor perdido? o grande amor perdido?, isto vão lhe lapidando, o que é verdade, mas ao ser lapidado vão sendo tiradas lascas de você. Você vai se transformando aos poucos. Quando ao se deparar já consciente de seus atos, você normalmente nesta fase começa a procurar uma metade. Uma metade para pode suprir aquelas lascas que você perdeu.
Entretanto, quando você acha esta metade, seu desejo é que ela fique com você pra sempre, mas nem sempre é assim, se por desventura esta metade se vai, você ficará sem mais um pedaço seu, logo terá de buscar outra metade, só que desta vez a metade terá de ser maior pois você já perdeu pedaços novos, não são mais os pedaços da vida, agora outra pessoa tirou pedaços seus.
O problema dessa busca é que eu realmente não sei se nós temos um número certo de pedaços, pra saber até quando podemos apanhar e buscar novas metades, ainda mais porque, você depende de outra pessoa, da sua metade, e até onde ela está disposta a contribuir na sua reconstrução.
E o mais pertubador disto, é saber que você também carrega uma enorme responsabilidade. Você pode ser a metade para alguém. Assim como você busca, outras pessoa também buscam. E você pode ser esta pessoa, que pode suprir os espaços vazios ou ser o criador de outras perdas.
Todavia saiba que não adianta esperar uma metade cair do céu para completar seu dia e sua vida, você tem de buscar, mas não com tanto afinco, pois uma hora ela apareçe. E uma metade é para somar e nunca para dividir, são diferenças que tem de coexistir, respeito e compreensão acima de tudo, respeitar as diferentes lapidações, pois nem todo mundo foi tratado pelo mesmo ourives.